segunda-feira, 16 de julho de 2012

Último texto sobre os títulos de Corínthians e Chelsea

Meus queridos,

hoje vamos fazer a última análise comparativa entre a sua situação num ano de concurso com as situações de Corínthians e Chelsea, ao conquistar os títulos da Libertadores e da Champions League, respectivamente.

Antes de continuar, vou só lembrar a todos que não sou corintiano, muito menos torço para o Chelsea. Sou carioca e torço para o Vasco da Gama, time que foi eliminado pelo Corínthians nesta edição da Libertadores. Ou seja, sinto-me bem à vontade para elogiar o "Timão", pq na verdade eu tenho é muita raiva de não ter sido campeão este ano por causa deles. Enfim, vamos ao que interessa.

Temos algumas coisas para analisar nestes títulos que tanto têm em comum. E que também têm muito em comum com a sua vida, querido candidato, ao prestar um concurso concorrido, como IME, ITA, Escola Naval, AFA ou EFOMM. Vamos abordar 3 aspectos hoje. E aí eu prometo que não toco mais neste assunto. São eles: a sina de não ganhar, a necessidade do investimento+planejamento e a frieza no momento da decisão.

1. A sina de não ganhar: Tanto Corínthians quanto Chelsea foram muitos e muitos anos sacaneados por não conseguirem ganhar as competições mais importantes de seus continentes. Os corintianos devem ter muita raiva de sites como o kibeloco, que publicava seguidamente piadas sobre os tropeços deles na Libertadores. Havia quase que um consenso que o Corínthians nunca conseguiria ganhar a Libertadores. Nos anos de 1999 e 2000, chegou às quartas-de-finais e semifinais, contra o maior rival, o Palmeiras. E foi eliminado em ambas. E pra piorar, em 1999, o Palmeiras foi campeão. Ou seja, eles foram eliminados pelo maior rival, e ainda viram o rival ser campeão. É triste demais. O povo ridicularizava na internet, sacaneava muito os corintianos, dizendo que 'o título não era pro seu bico'. Pois bem, este ano a coisa fluiu. Assim como para o Chelsea, que passava pelas mesmas críticas. Será que vc já ouviu de alguém, um 'amigo', ou um parente, que vc está estudando para um concurso difícil demais? Será que vc já ouviu que 'isso não é pro seu bico'?

2. A necessidade do investimento+planejamento: Chelsea e Corínthians foram sendo moldados há muito tempo para conquistar estes títulos. Planejamento do time, contratações para posições necessárias, firmeza ao decidir os rumos a serem tomados. Como exemplos, podemos citar a eliminação do Corínthians na Libertadores de 2011. Na primeira fase! Em condições normais, o técnico seria demitido, por ter falhado no principal objetivo do time naquele ano. Mas a direção não demitiu. E este mesmo técnico, com basicamente o mesmo time, conquistou o Brasileiro de 2011 e a Libertadores de 2012. Isto se chama planejamento e firmeza de conduta. Além disso, usando como exemplo o Chelsea, muitas vezes é preciso abrir o bolso. Eles contrataram o time quase todo, mas não de uma só vez. Apenas um jogador, dos 11 titulares, foi formado nas divisões de base do Chelsea. Fazendo uma analogia com a sua vida de candidato, pode ser necessário fazer um bom cursinho, comprar livros/apostilas, boa alimentação. Ou de repente o investimento não é de dinheiro, e sim de tempo. Você precisa trabalhar e dedicar-se por muito e muito tempo, sem ter certeza que vai dar certo. Assim como os diretores dos times precisam comprar jogadores, abrir o bolso, sem ter certeza se vai dar certo.

3. A frieza no momento da decisão: Esta é a parte mais dolorosa pra mim, pra escrever sobre isso. Mas vamos lá! :)
Em 2008, o Chelsea chegou à decisão da Champions League contra o Manchester, em Moscou. O jogo foi 1 x 1, e a decisão foi para os pênaltis. O Manchester havia perdido uma cobrança das 5, e o Chelsea bateria seu último pênalti. Se fizesse, seria o campeão. Se perdesse, a disputa continuaria. O batedor era o jogador mais identificado com o clube, formado nas divisões de base (o mesmo que citei no item 2 - John Terry). Era bater o pênalti para se consagrar como grande ícone do clube londrino. E ele escorregou. Bateu mal e o goleiro defendeu. Na continuação, o Manchester foi campeão.
Em 2012, Vasco e Corínthians se enfrentaram nas quartas-de-final. 0 a 0, jogo duro. Numa bola rebatida num escanteio, Diego Souza, atacante do Vasco, recebe a bola na intermediária e segue sozinho, sem ninguém por perto, em direção ao gol. É ele e o goleiro, só fazer. Eu, como vascaíno, pulando no bar em que estava. E ele perdeu. Inacreditavelmente. Perdeu. O segredo neste caso foi a frieza do goleiro. Normalmente, o goleiro sai desesperadamente. O goleiro do Corínthians não saiu do gol. Esperou a decisão do Diego Souza. E defendeu. Na final, o Corínthians estava perdendo por 1x0 em Buenos Aires, quando o Romarinho entrou de cara pro goleiro. E friamente empurrou para o gol.
Ainda falando sobre o assunto, vi o atacante Edmundo perder uns 3 pênaltis decisivos para o Vasco. E ele é vascaíno de coração, tem os filhos vascaínos, etc.. Mas justamente por isso, ficava nervoso nessas horas. Já existe uma pressão absurda de resultados, ele ainda tinha a pressão de ser vascaíno. Na hora de um tiro certeiro, vc quer que ele seja dado por um especialista frio ou por um torcedor? Se um parente seu fosse refém de um sequestrador, vc gostaria de arriscar um tiro de longe? Ou iria preferir que o tiro fosse dado por um sniper, treinado e especializado neste tipo de missão? Vc já deve ter ouvido falar que um cirurgião não opera um parente. Justamente por isso.
Fazendo a analogia com a sua vida de concurso, na hora da prova, deixe a emoção fora. Não leve para a hora da prova as lembranças do seu pai, da sua mãe, etc.. Você tem que ir preparado para agir como um sniper ou cirurgião. Que vai decidir friamente como fazer o corte, como dar o tiro. Frieza para escolher a melhor tática para resolver a prova. Se a questão parecia fácil e se mostrou difícil, frieza para refazer, ou abandonar.

Vamos lá, o ano já está acabando. Para os concurseiros da AFA, menos de 20 dias.

A aprovação é logo ali.

Beijomeliga!




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