quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A corrida de Fórmula 1

Meus queridos,

já podemos dizer que chegamos ao mês do concurso do IME. Faltando poucas horas para entrarmos em outubro, já podemos dizer que setembro passou. E olhem oq nos espera neste mês que chega: concursos da Escola Naval e do IME, um logo depois do outro.

Nestas poucas semanas que nos separam dos concursos deste mês, a sugestão é manter o pé no acelerador. Mais do que nunca. Você já chegou até aqui, não é hora de ter dúvidas.

Vou contar uma ilustração que ouvi do meu Mestre Guru MX, quando eu fazia turma IME, em 1998. Uma vez, ao longo do ano, fui conversar com ele, sobre a dúvida se tinha condições de passar ou não, essas coisas normais de candidato. Ele me disse o seguinte:

"H2A, você já viu corrida de Fórmula 1 em Mônaco?"
Respondi que sim.

"Então, você já deve ter percebido que os carros passam raspando o muro, quase arrancando pedaços dele."
Confirmei.

"Pois é... se uma pessoa chegasse a Mônaco num dia normal, nunca iria imaginar que ali, naquelas ruas apertadas, com muitas curvas, poderia haver uma corrida de Fórmula 1. Mas todo ano acontece... o circo da Fórmula 1 chega lá e fica por uma semana inteira, com os carros passando quase que tangenciando os muros."
Até aí, eu não estava entendendo nada... Mas já tinha ouvido uma frase dita por um piloto de Fórmula 1, que dizia que pilotar um F1 em Mônaco é como andar de kart na sala de casa.

"H2A, um piloto tem duas maneiras de guiar em Mônaco:
1. ele pode fazer o percurso com cuidado, freando antes de cada curva e contornando-a com calma, pra ver se existe alguma colisão, algum carro quebrado no fim da curva, ou algo que possa bloquear a pista. Neste caso, ele diminui bastante o risco de se machucar;
2. ele pode fazer o percurso que nem um maluco, acelerando o máximo possível, freando só o necessário e correndo o risco de entrar numa curva sem ver oq tem do outro lado. Neste caso, se houver um carro atravessado, uma colisão, algo assim, ele vai bater e vai se machucar.

Oq vai separar o campeão dos outros pilotos é esta escolha. Se o piloto escolher a maneira 1 de guiar, ele não vai se machucar. Mas também nunca vai ser campeão. Porque sempre vai haver um louco que vai passar voando na curva que ele fazia com todo cuidado. E este louco vai ganhar a prova. Ah! Mas e se o louco bater o carro? Se bater, bateu... depois chama médico, manda operar, etc.. Se não bater, ele ganha todas as provas.

Na sua vida de turma IME, H2A, você pode escolher as mesmas opções. Vc pode fazer uma turma IME com cuidado, evitando se machucar. Mas também pode escolher fazer a turma IME que nem um louco, com a faca nos dentes, entrando chutado em todas as curvas. Se bater, vc só vai saber no fim do ano. Se não bater, vc vai ser o campeão."


Meus queridos, posso dizer pra vocês o seguinte: sempre que precisei decidir entre dois caminhos, lembrei desta ilustração. Acelerei. Consciente que poderia me machucar. Mas dor maior seria a de não ter tentado. A dor de ter freado em todas as curvas e observado alguém ser mais ousado e me ultrapassar. Até hoje, não me machuquei o suficiente para mudar de opinião. Acho que devemos acelerar e entrar em todas as curvas com o máximo de velocidade possível. Se bater, bateu... depois a gente vê oq faz.

Acelere na última reta mais do q nunca. Faltam poucos dias para a concretização do seu sonho! A aprovação é logo ali.

Fiquem com Deus.
Beijomeliga.

Obs.: Amanhã, dia 1 de outubro, é meu aniversário. Quero ver quem vai me dar os parabéns!!!! hehehehe

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A cristalização

Meus queridos,

em primeiro lugar, peço desculpas por não ter postado na semana passada. Foi uma desorganização minha mesmo, típica de quem tem muito pouca coisa pra fazer e acaba passando quase todo o tempo ocioso... hehehehehehehe Às vezes, tenho a sensação de que vivo num furacão, sem tempo pra respirar. Dia desses, eu me peguei feliz da vida pq iria chegar à casa 21:30. Vejam isso. Eu estava feliz pq iria chegar cedo (!!!!). É a vida. Por isso que eu digo pra vocês: façam oq vcs gostam! Mesmo trabalhando tanto, não me sinto estressado ou chateado. Eu faço oq gosto, graças a Deus.

Mas vamos lá, à nossa conversa desta semana.

Nesta fase do ano, com a chegada das provas mais pesadas, cresce a dúvida e o medo de encarar os bichos papões. É normal, você não está sozinho nesta fase de medo. O grande lance é q agora os candidatos começam a tentar fazer as provas antigas, e tal. No início, nas primeiras provas, o buraco parece ser bem mais fundo. Parece que tudo q vc estudou durante o ano não adiantou muito. Mas com o tempo e a prática, as coisas vão se encaixando. Vale reparar que vcs devem estar começando a se sentir mais à vontade ao pegar uma prova da EN, do IME ou do ITA. Este processo de ambientação é essencial e vai fazer com que você não se surpreenda na hr do concurso.

Muitas vezes, nós (professores) vemos a turma como uma massa ainda sem definição dos reais candidatos à aprovação. Porém, com o passar do ano, os reais candidatos vão aparecendo. Eles se destacam e chamam a atenção. O fascinante desse negócio de dar aula é que as coisas não são estáticas. Estamos lidando com pessoas, que têm sentimentos, conhecimentos, aptidões e reações próprios. E esse conjunto de atributos forma um indivíduo único, que muitas vezes nos surpreende ao ser colocado em contato com determinado desafio. Quando o ano vai se desenrolando, nós (professores) ACHAMOS que conhecemos os reais candidatos à aprovação. Em grande parte dos casos, arriscaria uns 95%, acertamos. Os aprovados estão dentro do grupo que nós "prevíamos". Mas é comum aparecer um cara que não estava neste grupo. E este cara atropela uma galera na reta final, conseguindo oq muitos que "estavam na frente" não conseguem. Vejam como as coisas são subjetivas: não existe "estar na frente" em um concurso até que a prova seja feita. Por que todos entendem que A está na frente de B, se o concurso não começou ainda? Dia a dia, os candidatos pensam assim. É o carinha da turma 1 que "está na frente" do carinha da turma 2. Na verdade, existe uma tendência que o cara mais bem preparado naquele momento esteja mais bem preparado na hora do concurso. Mas isso não é uma regra.

Justamente nesta fase do ano, ao ter contato com as provas, muitos candidatos que "estavam na frente" caem de rendimento. E outros candidatos q "estavam atrás" crescem. Esta é a fase de cristalização, quando o candidato deixa de ser pastoso e se torna sólido. Quando ele adquire forma.

Só pra ilustrar, lembro muito de um caso emblemático. Em 2002, tive um aluno que teve um crescimento desses assustadores na reta final, sempre na dele, sem chamar a atenção de ninguém. Sem alarde, ele foi simplesmente o 20° colocado do Brasil na ativa no concurso do IME. Só isso já seria um feito grande, porque ser o 20° colocado em um concurso nacional do nível do IME é coisa pra kct. O detalhe é que ele era da turma 2!

Como gosto de citar exemplos esportivos, lembrem do time do Florminense no ano passado. Praticamente rebaixado, precisava ganhar mais de 75% dos pontos na reta final para não cair. Vamos pensar friamente: um time que apanhou o campeonato todo vai ganhar 75% dos pontos no final? Fala sério!!! hahaha
A torcida fez uma faixa sensacional, que resume bem oq vc, candidato, deve fazer: "LUTEM ATÉ O FIM!"
Esta luta, que o time abraçou como necessária, fez com q o time não caísse. Como bom admirador do esporte e da superação, preciso admitir que o time do Florminense é um excelente exemplo.

Portanto, não se deixe levar por essas pseudovantagens que alguém pode ter em relação a você. Muito menos acredite que você está em vantagem em relação a alguém. Continue trabalhando para a sua aprovação. O resultado só vem depois da prova!

"LUTEM ATÉ O FIM!"

Beijomeliga.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

10 dicas do campeão

Meus queridos,

hj eu vou mostrar pra vocês um texto do Gustavo Borges, o melhor nadador do Brasil até o Cesar Cielo. Gustavo Borges ganhou 3 medalhas olímpicas em 1992 e 1996. Vejam o que ele coloca como aspectos importantes para a formação de um campeão e tragam para a realidade de um aluno IME/ITA.

"Amor - Não faça as coisas somente por fazê-las. Faça-as bem feitas e com o coração. Ame o esporte que praticar.

Objetivos - Tenha objetivos a curto e longo prazo. Os dois são importantes, principalmente os de curto prazo, que estão mais ao alcance imediato e que vão motivar o atleta a chegar ao seu objetivo maior. Suba um degrau de cada vez.

Paciência - Tudo tem seu tempo e sua hora. Quando eu tinha 9 anos, muitas meninas no meu grupo ganhavam de mim.

Sacrifício - Saber o que sacrificar é muito importante. Eu nunca chegaria onde cheguei se não tivesse aberto mão de certas coisas.
Muitas vezes deixei de sair à noite com meus amigos porque tinha treino no dia seguinte.

Confiança - Depois de fazer todo um treinamento intensivo, é preciso confiança em si próprio para poder botar em prática tudo aquilo que está acumulado dentro de você. Quando terminei minha preparação para Atlanta, eu sabia que nadaria muito bem. No momento em que subi no bloco, só tinha uma coisa dentro da minha cabeça: fazer meu melhor resultado.

Persistência - Este item vem mais ou menos junto com a paciência.
Sempre há altos e baixos na carreira de um atleta. Depois de um certo ponto, para melhorar um décimo de segundo que seja, é muito difícil.
Mas é nesta hora que a cabeça tem que funcionar e o atleta deve continuar batalhando. Depois de Barcelona, em 1992, eu só fui melhorar meu tempo nos 100 metros livre no Pan-Americano de Mar del Plata, em 95, portanto três anos depois.

Técnica de Nado - É importantíssima para a formação do atleta.
Realizar muito treino educativo durante o aquecimento é o caminho certo. Mesmo em treinamentos para as Olimpíadas, os educativos sempre foram prioridade para mim.

Descanso - Outro fator fundamental para conseguir bons resultados.
Nosso corpo precisa de recuperação, principalmente quando temos de treinar, estudar e nos preocupar com outras coisas. Procuro dormir 8 horas por noite e descansar uma hora durante o dia.

Alimentação - É preciso se alimentar bem. Alimentação saudável significa bons resultados. Eu tive uma excelente nutricionista quando era pequeno: 'Dona' Diva, minha mãe.

Força de Vontade - Várias vezes eu acordei às 5 da manhã para treinar e me perguntava: "É isso mesmo que eu quero?" A última coisa que eu queria era pular numa piscina fria, às 5h30 da manhã. Mas nunca perdi um treino por falta de vontade. Podia estar cansado, ter dormido mal à noite, mas eu sempre ia treinar. É nesses dias que surgem os campeões. Enquanto outros resolvem ficar dormindo, você está lá buscando mais uma chance de melhorar. Os dias não voltam atrás."

Pessoalmente, acredito que os dez itens acima são aplicáveis à vida de um aluno IME/ITA. Não se forma um campeão sem esses quesitos. Portanto, vamos em frente, com atenção nestes pontos importantes.

A aprovação é logo ali.

Beijomeliga!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Devemos acreditar que não somos capazes?

Meus queridos,

viajando pela internet, encontrei este texto, escrito pelo Marcel, um jogador de basquete da geração do Oscar. Ele jogou pela Seleção Brasileira entre 1973 e 1992. Isso mesmo, quase 20 anos de Seleção Brasileira de Basquete. Este texto é de 2007. Desfrutem-no.

"Eu tenho certeza de que escrevo para pessoas inteligentes, vencedoras,
que conquistaram suas vitórias graças ao trabalho e aprendizado que tiveram durante toda as suas vidas.

A questão é saber se você, que ora me lê, alcançou o máximo que poderia chegar em todos os sentidos.

Será que você foi o Michael Jordan no basquete da sua existência? Ou você apenas se contentou em 'quase chegar lá?'

Você jogou sua vida como se jogasse no campeonato nacional ou o campeonato regional 'tava bão?' Se a sua resposta é o quase, então você precisa ler isso aqui.

Todos nós nascemos com um poder de realização igualzinho aos dos grandes gênios da humanidade: Da Vinci, Einstein, etc. Não é ao acaso que testes em crianças de até dois anos mostram isso. O problema é que ao crescermos somos moldados pela mediocridade e deixamos dormente este potencial, ou o usufruímos parcialmente.

Desenvolver ou buscar este dom dentro de nós mesmos é a grande jogada que precisamos para alcançar o máximo do que somos. Existe algo que diferencia o craque do apenas bom jogador, ou o gênio do inteligente. Muitos tentam expressar em palavras e fórmulas este grande diferencial. Por que uns entendem o jogo tão bem enquanto outros parecem saber apenas mover as peças do tabuleiro da vida?

Na tentativa de estimular pessoas a encontrarem ou desenvolverem o seu verdadeiro poder, nossos instrutores da vida usam algumas palavras chaves que seguramente vocês já ouviram.

Coisas como raça, dedicação, disciplina, coragem, desafio, vontade, sonho, amor, motivação, união, determinação, renúncia, sacrifício, superação e tantas outras sempre foram usadas para buscar dentro de nós aquilo que um dia (não sei bem porque) esquecemos que já as possuímos.

Ora, é inconcebível pensarmos em desenvolver qualquer atividade de nossas vidas sem demonstrarmos tudo isso que foi colocado como um plus para atingirmos o sucesso.

Como alguém pode progredir sem ter disciplina? Como seria possível chegar a algum lugar sem sacrifícios? E a superação? Como alguém chega mais alto sem ela?

Se você já chegou até aqui é porque em algum momento da sua vida demonstrou ter esses requisitos básicos já citados.

Se, apesar de estar aqui, ainda se encontra insatisfeito com os resultados
por você alcançados é porque está faltando (ou você não percebeu dentro de si) algo que vai além de meras palavras de ordem liofilizadas pelo uso cotidiano, as quais estamos carecas de saber que as temos aqui dentro.

Quantas vezes já pensamos: 'Puxa vida!, eu me esforço tanto, me dedico muito mais que os outros, me sacrifico pela união de todos, renuncio a ser eu mesmo para alcançar objetivo e não consigo chegar onde quero!'

O que nos faltará para sermos o Michael Jordan das nossas vidas?

Eu, como sempre, estava fazendo meus exercícios diários quando vi o 'chapéu' que o mexicano deu em nosso becão e o maravilhoso gol que
na seqüência do lance ele marcou no jogo contra o Brasil pela Copa América.

Fico pensando no que estaria passando agora na cabeça daquele jogador.
Como aquele momento magistral irá mudar a sua vida e no que ele irá contar aos seus netinhos daqui a alguns anos.

Acreditar que pode é o primeiro passo para conseguirmos virar nossas vidas.

Nosso sistema de crenças na maioria das vezes é limitante e tende a nos colocar em uma situação onde pensamos não ser possível realizar nossos objetivos.

Se você acha que não pode, não consegue, ou que não vai acontecer,
suas chances de sucesso serão diminuídas. É claro que se você tomar a direção contrária desses pensamentos obviamente nem tudo irá dar sempre certo, mas a possibilidade do acerto é muito maior e você parecerá estar pronto para ele.

Ter já provado o gostinho do sucesso e saber que ele pode se repetir
também é um grande fator de progresso. Imaginem como aquele jogador mexicano está se sentindo depois de ter feito tudo aquilo contra o futebol brasileiro. Será que isso mudou a cabeça dele para sempre? Será que aquela sensação de conquista pessoal irá se perpetuar dentro dele e ele buscará o sucesso com mais certeza, pois já o conseguiu uma vez?

Não saber que não pode também é um grande fator para uma conquista.
Quantas vezes fazemos coisas que depois pensamos: 'Ué? Como consegui
isso?'

Muitas vezes, porém, acreditamos em coisas que nem sabemos direito de onde vieram. Se nunca as questionarmos seguiremos na "boiada" para depois
sermos mais um mugido lamurioso no uníssono dos incompetentes.

Quem terá o poder de nos fazer acreditar que não somos capazes?
A resposta está dentro de nós mesmos.

Quando comecei no esporte, não acreditei no meu técnico que disse à mãe de um companheiro de time que eu nunca seria um jogador de basquete. Também não dei bola aos meus colegas de time que não me escolhiam para o jogo no domingo pela manhã.

Muito menos dei razão ao treinador que me deixava no banco quando eu comecei a jogar 'federado' (cadastrado, fichado).

Dos meus companheiros que eram considerados melhores do que eu, apenas um chegou à seleção brasileira, mesmo assim como reserva. Nunca tive dúvidas. Eu já sabia. Alguma coisa mais forte me dizia que deveria seguir aquele caminho e acreditei naquela sensação de poder que uma bola de basquete me dava.

Creio que esta voz também fala com você. É só ouvi-la.

Ela tem sempre razão."


Bom fim de semana a todos.
Beijomeliga.