Meus queridos,
dando continuidade ao projeto "H2A Entrevista", hoje temos as respostas do pessoal formado no Instituto Militar de Engenharia, optantes pela carreira da Ativa.
Agradeço muito aos que responderam, mais uma vez, por trocarem tempo de trabalho/lazer por um questionário de futuros candidatos. Muito obrigado, de coração, mais uma vez.
Beijomeliga!
Entrevistados: Frederico Tosta, Frederico Hopfinger e Marcos Martinelli.
1. Qual a sua turma de formação e sua especialidade?
Tosta: 2003 - Engenharia de Computação
Hopfinger: 2005 – Engenharia de Fortificação e Construção
Martinelli: 2007 - Engenharia Mecânica e de Automóveis
2. Onde trabalha atualmente (cidade)? Em que função?
Tosta: Rio, IMBEL/FMCE – Chefe da Seção de Informática (TI de infra-estrutura)
Hopfinger: Estou na minha segunda unidade: Comissão Regional de Obras da 1ª Região Militar – CRO/1. Desempenho função de Supervisão e Fiscalização da obra de construção da Vila Olímpica dos 5º Jogos Mundiais Militares na Vila Militar-RJ.
Martinelli: Brasília. Analista de finanças e controle do Tesouro Nacional.
3. Está satisfeito com seu trabalho? Acha que o seu aprendizado durante a formação está sendo realmente empregado na sua vida profissional?
Tosta: Sim. Em partes, sim. Não tem como colocar tudo que se aprende na prática.
Hopfinger: Plenamente. Em termos de Engenharia, tive oportunidade de participar de diversos tipos de obras, atestando a excelência e, principalmente, aplicação da minha formação.
Martinelli: Sim. Muito satisfeito. Não trabalho propriamente com engenharia. Desempenho funções basicamente ligadas à economia, mas com certeza o período básico do curso do IME contribuiu com importantes ferramentas matemáticas, que atualmente uso no meu dia a dia.
4. Em uma escala de 0 a 10, onde 0 é “nada satisfeito” e 10 é “totalmente satisfeito”, como você classificaria a sua situação em relação ao seu salário?
Tosta: 7.
Hopfinger: Pergunta complicada... 7. O salário oferecido pelo Exército está aquém da capacidade do formando do IME e principalmente, bem abaixo da realidade de mercado, porém, me considero satisfeito principalmente pelo fato de ter oportunidade de atividades paralelas à rotina militar que propiciam complementação de renda
Martinelli: 8.
5. Você viaja muito a trabalho? Acha isso bom ou ruim?
Tosta: Viajo muito pouco. Bom.
Hopfinger: Hoje não muito, mas na minha primeira unidade sim, conheci praticamente todo nordeste. Acho ótimo, quebra a rotina e te dá experiência de vida.
Martinelli: Não. Gostaria de viajar mais.
6. Qual é a razão pela qual escolheram a sua escola de formação? Era sua primeira opção?
Tosta: É a melhor escola de engenharia do Brasil. Sim, porém não achava que iria passar.
Hopfinger: A escolha inicial foi a vontade estudar em uma escola de renome, de 1ª linha no ensino de engenharia, isso me deu como opção IME e ITA. Escolhi o IME por ficar no Rio.
Martinelli: O IME era minha primeira opção e o ITA, a segunda. Escolhi o IME e o ITA pelo desafio.
7. Você fez cursinho? Quantos anos?
Tosta: Não.
Hopfinger: Sim, 2 anos.
Martinelli: Sim, um ano juntamento com o 3° ano do Ensino Médio.
8. Você costumava sair no ano do concurso? Como era sua vida social?
Tosta: Durante o terceiro ano saí muito pouco. Beber só depois de passar :).
Hopfinger: Sim. Sábados à noite e domingos à tarde basicamente, porém, não aproveitava tanto feriados prolongados, mantinha sábados à noite e domingos à tarde.
Martinelli: Não saía. Estudava praticamente durante todo o dia.
9. O que você não gostou dentro da sua escola de formação?
Tosta: Muitas cadeiras ao mesmo tempo. Palestras aleatórias. Início muito cedo (6:30 pronto!).
Hopfinger: A cobrança é cruel, você acaba tendo que abrir mão de convívio familiar, amigos e oportunidades de viagem.
Martinelli: Não me adaptei à disciplina militar, apesar de reconhecer que adquiri virtudes de extrema importância no meu modo de viver.
10. Como é a cobrança de treinamento físico durante o curso de formação? As provas físicas valem para a nota final?
Tosta: Na minha época houve problema com relação às provas físicas, alguns alunos chegaram a ser desligados, mas voltaram após ação na justiça. Valem sim.
Hopfinger: No meu tempo era da seguinte forma: 80% da média final era referente a cadeiras do curso de engenharia e 10 % nota em treinamento físico e 10% de prova escrita de matérias militares.
Martinelli: A cobrança é considerável e não devemos descuidar do lado físico.
11. Muitos alunos ficam reprovados durante o curso? Lá dentro, pode repetir uma matéria ou o ano?
Tosta: Poucos ficam reprovados, e quem fica é pq fez de tudo pra ser (eu quase consegui :) ). Não pode repetir nenhuma matéria, o que pode é trancar o período caso o aluno veja que não tem chance de passar.
Hopfinger: Não sei como é hoje, talvez tenha mudado, tínhamos duas situações: o trancamento e o desligamento. O trancamento ocorria quando o aluno não era aprovado na 2ª época de certa matéria ou ficasse de 2ª época em 3 ou mais matérias. O desligamento ocorria na reincidência de trancamento. Não existia o caso de repetir só a matéria, se ficasse em uma, repetia o semestre todo. Não sei precisar, mas creio q tivemos em nossa turma 10% de trancamento.
Martinelli: Poderia trancar durante um semestre. Alguns alunos foram sim reprovados.
Nota do H2A - Ainda existe o trancamento. Porém, o aluno só pode trancar uma vez durante o curso, tranca o período todo e precisa escolher isto antes de começar a realizar as provas da 2a época.
12. Muitos alunos desistem durante o curso?
Tosta: Poucos.
Hopfinger: Alguns, por falte de afinidade e logo no 1º ou 2º ano e por insuficiência de grau.
Martinelli: Muito poucos.
13. Durante a formação no IME, você estudou mais ou menos do que para passar no concurso?
Tosta: Menos.
Hopfinger: Menos, porém, com picos de intensidade inimagináveis.
Martinelli: Estudei menos.
14. Os testes de saúde (de visão, ortopédico, etc.) antes de entrar pra IME e depois quando estiver lá são muito rigorosos?
Tosta: Não, no meu caso, eu fiquei ao lado do quadro do teste visual por alguns minutos, permitindo que eu decorasse o quadro... :)
Hopfinger: Não, bem tranqüilos.
Martinelli: Consideravelmente sim.
15. Como é a vida na faculdade, as relações entre seus colegas, os estudos, as responsabilidades?
Tosta: Infelizmente ainda há uma divisão entre cariocas e residentes (alunos que moram no IME), mas no final todos acabam se falando, e muitas das vezes servindo junto. Fiz grandes amigos lá. Em relação ao estudo, há MUITO bizu de anos anteriores, então não pense que vai se virar sozinho pq não vale a pena. Durante a época das provas, arrume uma cama no alojamento... A responsabilidade é chegar na hora e passar a farda. :)
Hopfinger: Eu fiz amigos que tenho até hoje, como passamos juntos situações de todo o tipo, os laços de amizade são bem intensos.
Martinelli: Muitas responsabilidades. As amizades verdadeiras formadas são para toda a vida.
16. Como é estar longe de casa e não ter pai nem mãe pra fazer as coisas pra você?
Tosta: Não foi meu caso.
Hopfinger: Talvez a melhor e pior coisa para uma pessoa.
Martinelli: Morava em casa, no Rio de Janeiro. Não tive esse problema.
17. Rola sempre aquela história de que o ITA é melhor que o IME. Você concorda ou discorda? Por quê?
Tosta: Discordo, vide conceito do MEC. :)
Hopfinger: Discordo. Acredito que as duas escolas são indiscutivelmente centros de excelência, porém, o resultado do ENADE mostra que, das engenharias em comum das duas escolas, o ITA fica na frente apenas em uma – ELETRÔNICA e com o IME EM 2º. Em todas as outras, IME fica na frente do ITA e na 1ª colocação.
Martinelli: Talvez seja. Arrependo de não ter escolhido o ITA. Creio que o militarismo menos concentrado facilita o desenvolvimento acadêmico.
18. A escolha entre as engenharias sempre gera dúvida. Qual foi o maior motivo de você ter escolhido a sua?
Tosta: Como minha classificação não foi das melhores, sobraram poucas pra escolher, na hora H, acabei sendo influenciado pelo amigo do lado e escolhi computação. Este amigo por acaso é o dono deste site... :)
Hopfinger: Afinidade, nunca gostei de lidar com dados subjetivos, assim fiquei em duvida entre Mecânica e Civil, escolhi civil por ter um curso melhor estruturado no IME.
Martinelli: Tinha expectativas de poder contribuir para a construção de veículos militares.
19. O trabalho é diversificado ou todos os dias existem os mesmos procedimentos a serem seguidos?
Tosta: Diversificado, sempre há um problema novo a ser resolvido ou um colega pra ajudar.
Hopfinger: Eu trabalho com obra, cada dia é um dia.
Martinelli: O trabalho militar propriamente dito é extremamente cotidiano.
20. Quais são as vantagens e desvantagens de escolher Ativa? Qual é a melhor vantagem de todas? Por que você não escolheu entrar na reserva?
Tosta: Durante o curso, no 5º ano já se recebe o salário de 1º TEN, e para um recém formado o salário está bem razoável. Na minha época, a única diferença da ativa para reserva durante a formação era que os alunos do quinto ano da ativa participavam do acampamento dos alunos novos. Atualmente já há muita diferença.
Uma vantagem da reserva é que normalmente o salário maior, porém, caso vc não passe para a PF, vai ser aposentar com 65 anos.
A melhor vantagem é que aposenta com 30 anos de serviço, independente da idade. No meu caso, 44 anos. :)
Nota do H2A - O Tosta fez Colégio Naval antes do IME. Por isso, o tempo de serviço dele começou a ser contado com 14 anos.
Hopfinger: O Exercito te proporciona estabilidade, esta é a maior vantagem na minha opinião. Porém, existem outras. Temos incentivo e chance de estudar em cursos de mestrado e doutorado, situação raríssima no mercado. A maior desvantagem é o fator salarial.
Martinelli: Meu maior erro foi ter optado pela ativa, ainda mais no único ano em que havia apenas 30 vagas e mais de 50 para a reserva. Fui aprovado em segundo lugar e poderia tranquilamente ter optado pela reserva.
21. Quais atributos você considera mais importante na sua aprovação no concurso?
Tosta: Calma durante a realização das provas.
Hopfinger: Dedicação. No IME temos 10% de gênios e 90% de carregadores de piano.
Martinelli: Força de vontade, sonho e PERSEVERANÇA.
22. Se pudesse resumir o seu ano de esforço para passar no concurso em uma frase, que frase seria?
Tosta: Valeu a pena abrir mão da vida social por ano.
Hopfinger: Nada resiste ao papiro.
Martinelli: Seja um vencedor: trace suas metas e não deixe de atingi-las!
23. Mensagem final aos futuros engenheiros.
Hopfinger: Nada na vida vem fácil, se dedique, estude, estude, estude, nada resiste ao papiro, você irá se orgulhar de estudar no Instituto Militar de Engenharia. Força!
Martinelli: Passar no IME ou no ITA é um desafio que poucos conseguem transpor. Exige muita dedicação e abnegação. É preciso estar convicto de seus sonhos e ciente da batalha que lhe aguarda.
Cada vez tenho mais certeza que fiz a coisa certa quando larguei a AFA para tentar o IME. Só falta a aprovação pra eu ter certeza total =]
ResponderExcluirCada vez tenho mais certeza que fiz a coisa certa quando larguei a AFA para tentar o IME. Só falta a aprovação pra eu ter certeza total [2] XDD
ResponderExcluirIME FORTICAÇÃO ATIVA 2011!
eu não larguei a AFA porque nem pude fazer a prova mesmo .-. rsrsrsrs
ResponderExcluirIME FORTIFICAÇÃO ATIVA 2011 !!! +1
Bianca - madu.
ResponderExcluirConcordo com o Caio, não cheguei a ir pra AFA mas desisti no meio dos exames, assim como fiz com a EEAR e com a EFOMM, e não arrependo do que fiz! Só falta a aprovação pra eu ter certeza total [3] XDD
IME MECÂNICA ATIVA 2011 !
Ser militar e minha meta e estou com 100% de comfiança que na prova do IME só vou confirmar minha vaga!!! IME 2011
ResponderExcluirSamuca
ResponderExcluirÉ para lá que vou!
Bom, não há outro lugar onde eu possa estar!!
ResponderExcluirIME 2011!!!
Pow humberto o post tá mto legal, parabéns!!
Mas da próxima podia colocar algum comentário feminino também =)
bj