Meus queridos,
hoje nós apresentamos um projeto legal, de entrevistas a pessoas formadas nas principais instituições que vocês almejam. Esta idéia surgiu pelo fato de haver muitas dúvidas em relação a futuro, como é a vida de um cara formado em tal lugar, oq ele faz, qual é o salário, etc.. Como só posso falar do IME, surgiu a idéia de entrevistar pessoas que possam responder sobre as outras instituições. A lista de perguntas é composta de perguntas que eu sempre ouço, e por isso repassei, e de perguntas enviadas por vocês. Espero que o projeto 'H2A entrevista' ajude a tirar suas dúvidas e dar uma luz sobre que carreira escolher.
Desde já, agradeço aos três entrevistados, que trocaram seu tempo livre por um questionário para iluminar as idéias dos candidatos. Muito obrigado, de coração!
Começamos com a EFOMM.
Beijomeliga.
Entrevistados: Nathalia Canoza, Bruno Nobre e Ana Clara Pinto.
1. Qual a sua turma de formação e sua especialidade?
Nathalia: Bom, eu me formei pela EFOMM – Escola de Formacao de Oficias da Marinha Mercante – CIAGA/RJ. Ingressei no ano de 2005 e terminei o curso em 2007. Sou 2° oficial de náutica.
Bruno: Sou da Turma Daniel Lauriano de Lima – 2005 / 2007.
Ana Clara: Formação em 2008 e especialização em Máquinas.
2. Onde trabalha atualmente (local e empresa)? Em que função?
Nathalia: Atualmente, trabalho na empresa Norskan Offshore. Empresa norueguesa que atua no setor offshore no Brasil. Como já disse anteriormente, sou 2° oficial de náutica.
Bruno: Trabalho para uma empresa norueguesa chamada Norskan Offshore, na embarcação nomeada de AHTS Skandi Fluminense, e desempenho atualmente a função de Oficial de Máquinas do barco.
Ana Clara: Trabalho na Maersk Supply Service, no apoio marítimo às plataformas de petróleo em diversas regiões, como Campos, Vitória, Santos etc. Desempenho a função de Segundo Oficial de Máquinas, o primeiro “cargo” do maquinista formado na EFOMM.
3. Está satisfeito com seu trabalho? Acha que o seu aprendizado durante a formação está sendo realmente empregado na sua vida profissional?
Nathalia: A vida a bordo não é a mais facil. Passamos mutio tempo longe de casa, da família, amigos, etc. Porém, tudo na vida exige sua cota de sacrifício, então estou aqui. O tipo de embarcação que trabalho agora, por exemplo, por ser pequena, há um pouco de desconforto quanto ao balanço. Às vezes, existe um pouco de preconceito com as mulheres que trabalham nessa area já que este era, antigamente, um local PREDOMINANTEMENTE masculino (os mais velhos diziam que mulher a bordo traz azar...). Mas de resto, dá para tirar de letra. O aprendizado na escola nos dá uma base para a vida a bordo. Mas, de fato, há coisas que só aprendi quando subi em um navio. Não existem muitas oportunidades de embarque quando você ainda é aluno. Então, saímos da escola achando uma coisa e quando chegamos aqui é outra. Por isso, o estágio embarcado, que deverá ser realizado após o término do curso na EFOMM, é de um ano para oficiais de náutica e 6 meses para oficiais de máquinas. É tempo suficiente para você viver situações inesperadas, diferentes e se acostumar com a sua realidade para os proximos anos.
Bruno: Todo conhecimento é fundamental e não o bastante, o conhecimento adquirido na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante serviu de base para desempenhar o meu papel na prática, assim como a escola faz o aluno, o aluno também faz Escola. E acredito que o papel que a EFOMM vem desempenhando pode ser considerado mais do que adequado.
Ana Clara: Estou muito satisfeita. Os anos que passei na EFOMM me ajudaram a formar uma idéia geral da profissão, mas o fato é que se aprende mesmo quando iniciamos a parte prática a bordo.
4. Em uma escala de 0 a 10, onde 0 é “nada satisfeito” e 10 é “totalmente satisfeito”, como você classificaria a sua situação em relação ao seu salário?
Nathalia: Eu considero 10! Mas, obviamente, não vou parar por aqui. Eu, como só tenho 1 ano no mercado de trabalho, considero meu salario muito bom. Comparando com amigos meus que seguiram outras carreiras, já conquistei muita coisa, que para eles ainda vai demorar um pouco. Para vocês terem noção: os salários atuais para 2ON vao de R$ 7.000,00 a R$ 9.000,00 dependendo da empresa. O setor offshore, incluindo embarcações de apoio marítimo, plataformas, etc, está bem aquecido devido à ascenção do Brasil na produção de petróleo e gás. As empresas estão fabricando novos barcos, trazendo mais barcos para o Brasil, muitas plataformas ainda serão posicionadas nos campos do pré-sal. Portanto, com o mercado aquecido deste jeito, por enquanto, haverá vagas sobrando neste setor. E, como não há gente suficiente no mercado para preencher tais vagas, as empresas atraem pelo salário.
Bruno: Todo salário está diretamente atrelado a sua responsabilidade e seu profissionalismo, o salário inicial de marinha mercante atualmente recebe por volta de R$ 6000,00 líquido a R$ 9000,00 líquido (dependendo sempre da empresa, tipo da embarcação e regime de embarque). A média da minha turma atualmente recebe por volta R$ 7000,00 líquido. Acredito eu que é um salário satisfatório, sendo assim, dou nota 8 pela única razão de que estar satisfeito gera um sentimento de comodidade, e estagnar não é uma boa opção na Marinha Mercante.
Ana Clara: A verdade é que dificilmente estamos 100% satisfeitos com o que ganhamos, mas não tenho do que me queixar, ainda mais levando em consideração que me formei tem pouquíssimo tempo. Acho que seria 9.
Sei que a questão salarial é algo que desperta um grande interesse na minha profissão, então, vou dar só uma idéia: em média, na área que trabalho, de apoio marítimo (pequenas embarcações, regime 28x28) o salário gira em torno de R$8.500,00 mais benefícios. Já em plataforma (regime 14x14), o salário é um pouco maior. Por outro lado, quando vemos a navegação, navios tanque (gás, químico, petróleo e derivados), conteneiros, navios de granel etc os salários são em sua maioria menores e dependem muito de empresa pra empresa. As escalas das empresas de navegação também são mais compridas, e também variam com a empresa e tipo de carga. 4 meses mar x 2 meses terra, 2x2, 3x1 etc.
5. Você viaja muito a trabalho? Acha isso bom ou ruim?
Nathalia: Só viajo né? Acho bom. É uma experiencia que levarei para sempre. Muitas lembranças e situações inusitadas.
Bruno: Eu pratiquei em outra empresa norueguesa chamada BW Offshore ( praticagem é o período de formação do Oficial ), nesse período eu passei 6 meses pela Ásia, África e Europa, então, tive o prazer de conhecer países como Singapura, Arábia, Espanha, Escócia, Dinamarca e Noruega. Hoje passo 28 dias embarcados no na nossa Bacia de Campos e não tenho mais o prazer de visitar países, porem continuo com o prazer de fazer o que gosto. Ser marítimo é trabalhar muito, sim. Porém é viver uma atípica e extremamente prazerosa. Amo o que faço.
Ana Clara: Como eu disse, trabalho no apoio marítimo, então meu barco não faz navegação longa, parando muito em portos variados. A verdade é que fico 28 dias diretos no mar, sem terra.
6. Qual é a razão pela qual escolheram a sua escola de formação? Era sua primeira opção?
Nathalia: Não, a EFOMM nunca foi minha primeira opção. Caí de para-quedas lá. No ano que fiz os exames, pude escolher somente entre a Escola dos Bombeiros do RJ e a EFOMM. Fui para a EFOMM porque não queria Bombeiros.
Bruno: Minha primeira opção era ITA, acabei passando para EFOMM, UFRJ, UFF E UERJ, e escolhi a EFOMM por ter conhecidos já na profissão. Graças a Deus hoje vejo que fiz a escolha certa.
Ana Clara: Não era minha primeira opção. Fiz 2 anos de curso IME/ITA e passei no concurso da EFOMM nos 2 anos. Provavelmente, se eu tivesse passado no IME ou ITA, eu teria ido, mas hoje não me arrependo da “escolha” que fiz. Sou zero recalque! Abracei minha profissão e a Marinha Mercante e sou muito grata por ter escolhido este caminho.
7. Você costumava sair no ano do concurso? Como era sua vida social?
Nathalia: Sair??? Lembro das únicas 3 coisas que fiz naquele ano de concursos: Eu fui em um show, aniversário de uma amiga e depois, fui comemorar meu aniversário, que por sinal é no final do ano!!!
Bruno: É complicado sair em ano de concurso, não pelo tempo em que se esta fora de casa ou do curso, mas sim por perder o foco no concurso. Minha vida social no ano do concurso era praticamente nula. O foco no concurso é fundamental. Acredite, existe vida após a prova.
Ana Clara: Minha vida social era péssima, mergulhei de cabeça na turma IME/ITA. No fim das contas, acaba valendo a pena você perder sábados de sol fazendo simulados. Fiz o terceiro ano do ensino médio já no curso, e até a festa de formatura da minha turma eu perdi, pois tinha simulado no dia seguinte.
8. O que você não gostou dentro da sua Escola de formação?
Nathalia: Puxa, não gostava muito da parte militar. rsrs. Isso, às vezes, nos atrapalha um pouco por lá. Muita burocracia para tudo! Mas, o resto, sinto muitas saudades!
Bruno: O regime de semi-internato no inicio me causou um certo desconforto, acredito que não é para todos.
Ana Clara: Nós costumamos reclamar de tudo quando somos alunos, do internato, dos oficiais, de passar a farda, de marchar etc. A EFOMM possui esse certo militarismo que incomoda ao longo dos 3 anos, visto que nos formaremos civis e não militares.
9. Como é a cobrança de treinamento físico durante o curso de formação? As provas físicas valem para a nota final?
Nathalia: Sim, as provas físicas valem para sua média final. Temos que fazer o TAF (teste de aptidao fisica) 2 vezes por ano. E lá na EFOMM é possivel escolher qual esporte você vai praticar entre: natação, judô, vôlei, basquete, futebol, handebol, vela, remo e atletismo.
Bruno: O treinamento físico durante o curso não é tão árduo, na verdade, você participando de uma equipe de um esporte que você goste, acaba tornando melhor o treinamento. As provas físicas valem nota, são consideradas uma matéria como outra qualquer, podendo reprovar.
Ana Clara: Sinceramente, acredito que em algumas outras Escolas este esquema seja mais rígido. Existe o teste físico semestral, que inclui corrida, natação e permanência na água, mas não é preciso ser nenhum atleta pra cumprir as metas pré-estabelecidas. Fora isto, depende da equipe que você faz parte. Recebemos notas de equipe e também por este teste.
10. Muitos alunos ficam reprovados durante o curso? Lá dentro, pode repetir uma matéria ou o ano?
Nathalia: Muitos alunos ficaram reprovados sim. Hoje em dia, não pode repetir mais. Quando entrei, ainda existia o sistema que se você repetisse, poderia voltar no próximo ano, mas agora não mais. Repetiu, está fora. Vi muitas pessoas passando "perrengue" em inglês técnico, por exemplo.
Bruno: Na EFOMM hoje, não se pode mais repetir mais nenhuma matéria, porem existem outros meios de você se reerguer. Meus calouros não tiveram tantos reprovados, tiveram desistentes infelizmente.
Ana Clara: Há algum tempo, era possível reprovar um período e voltar na próxima turma, mas atualmente isto não mais é possível. Confesso que isto muda bastante e não saberia informar ao certo como andam as coisas por lá, mas quando me formei você poderia fazer a prova final, recuperação e só então, caso não lograsse êxito, o jubilamento seria formalizado. Mas pra ser sincera, só reprova quem se esforçar muito para tal.
11. Muitos alunos desistem durante o curso?
Nathalia: Há mais desistência durante o período de adaptação. Um mês antes da escola começar as aulas, os futuros "feras" (ainda candiatos-alunos) ficam na EFOMM para aprenderem ordem unida, entre outras coisas.
Bruno: Sim, normalmente os desistentes aparecem no inicio do ano, pois são chamados para outros concursos, não se adaptam a vida na escola, gravidez, por N motivos.
Ana Clara: Poucos. A maioria na adaptação. No meu primeiro ano, ainda existia repetência, então tivemos algumas “baixas” por conta disto, mas no geral, poderia chutar que gira em torno de 5% de desistências.
12. É difícil conseguir trabalho em terra, ou de 15 em 15 dias? Qual é a escala que normalmente os recém-formados conseguem?
Nathalia: Olha, como eu já disse, o mercado está bem aquecido. Não estamos encontrando dificuldades para trabalhar no sistema de 28 x 28, ou 14 x 14.
Existe de tudo. Há empresas que possuem o sistema de 3 meses x 45 dias em casa, existem as que trabalham com 2 meses a bordo e 2 meses em casa, e por aí vai. Já o trabalho em terra é um pouco mais complicado, principalmente para os que têm a especialidade de náutica, como eu. Para os maquinistas é mais fácil mas, em início de carreira, é bem dificil. Não disse impossível, disse difícil.
Bruno: Trabalho em terra hoje em dia já é mais fácil de encontrar, mas não para oficiais recém formados, esses trabalhos são oferecidos para profissionais com mais experiência para trabalhar no apoio marítimo. O trabalho de 15 por 15 na verdade é para regime de plataformas, não é difícil, graças a Deus estamos vivendo o ápice do offshore, onde os empregos estão sendo multiplicados e os profissionais oriundos da EFOMM estão cada vez mais disputados pelas empresas.
Ana Clara: Se a idéia é trabalhar em terra, desista da EFOMM. Obviamente existem oportunidades, mas não é pra isto que formamos Oficiais. É para o mar, não para terra. Escala 14x14 não é muito difícil de encontrar, que seriam as plataformas e unidades do tipo. O mercado está favorável para nós, então poderia até afirmar que, caso desejasse, poderia trabalhar em qualquer escala, pois as propostas não param de chegar de todos os lados.
13. Acidentes em navios são muito comuns?
Nathalia: Não deveriam ser, mas são. A bordo é bem fácil se acidentar. Seja uma simples queda ou algo mais complicado. Por isso, a política de segurança da empresa deve ser seguida à risca. Segurança em primeiro lugar.
Bruno: Comuns não são, cada barco é uma Marinha, tudo depende da administração, acidentes são oriundos da falta da analise de percepção de risco, com um treinamento bem ministrados ao profissionais, o numero de acidentes são reduzidos consideravelmente.
Ana Clara: Olha, a bordo, o ambiente é “propício” a acidentes, por isto, absolutamente todas as empresas tem o foco 100% voltado para a segurança, com normas e regras a serem sempre seguidas. A incidência de acidentes fatais é pouquíssima, assim como em qualquer emprego em terra, eu diria. Acidentes menores costumam ser mais freqüentes, mas geralmente é pela inobservância de alguma regra ou procedimento.
14. Como é a situação dos formados: são militares da reserva? Possuem algum benefício dos militares da ativa?
Nathalia: Somos militares da reserva. 2° tenente da reserva não-remunerada.
Bruno: O Aluno da EFOMM se forma como Segundo Tenente da Reserva Não-Remunerada, sem adquirir nenhum beneficio dos militares da ativa.
Ana Clara: Nos formamos Segundo Tenente RM2, o que significa que somos da reserva não remunerada. Não gozamos de nenhum benefício militar, somente a carteira de identidade mesmo.
15. Na EFOMM pode ficar em vários grêmios (atletismo, tênis, natação, etc.) ou tem um limite de escolha? Eles realmente recebem para participar de competições?
Nathalia: Geralmente, escolhemos uma equipe só. Existem competições estaduais que algumas equipes participam e outras competições internas, com a outra escola de MM, CIABA, por exemplo. Quantos aos grêmios, existe o grêmio de música, de pintura, coral, existe a SAMM (Sociedade Acadêmica da Marinha Mercante) comandanda pelo 3° ano e responsável.
Bruno: Na verdade, o treinamento das Equipes são ao mesmo tempo, então fica difícil conciliar os vários grêmios , porem é lógico que existem pessoas que apresentam uma certa facilidade pra tal equipe de decide participar de outra, sendo assim, tendo um acordo com o treinador, ele pode sim participar da equipe sem estar presente em todos os treinos.
Ana Clara: Temos diferença entre grêmios e equipes de esporte. As únicas equipes que compõem um grêmio são o remo e a vela. De resto, são somente equipes mesmo, e como em todas as outras Escolas de formação você pode participar de uma, ou duas, dependendo do seu tempo, aptidão e vaga, normal mesmo. O normal é cada um participar de uma equipe, pois o tempo é bem limitado para ser dividido, mas limite de escolha não existe.
Infelizmente, não sei como está agora, não são muitas as competições ao longo do ano. Existem duas grandes competições fixas, contra o Colégio Naval e contra a Escola de Belém (CIABA). A verdade é que não recebemos para competir, mas sim no caso de viajarmos a “serviço” do Centro, para fora de sede (fora do Rio) nós recebemos uma pequena diária, bem pequena mesmo.
Porém, no remo e na vela, temos competições todo mês. Não remuneradas, por serem todas (ou quase) no Rio de Janeiro.
16. O que você falaria sobre casamento? Sempre ouvimos que o povo da Marinha Mercante viaja muito, e isso pode prejudicar a formação de uma família. O que vc pensa a respeito?
Nathalia: Atualmente, muitos casais já se formam lá na EFOMM. E seguem carreiras juntos. Já há empresas que permitem o embarque junto. Uma pessoa que trabalhe no mesmo ramo que o seu vai entender melhor o tempo que voce ficará longe. O problema é conseguir conciliar o embarque.
Ana Clara: Olha casamento é um tema polêmico. Mais ainda é o tema maternidade.
Eu e meu noivo somos ambos da Escola e vamos muito bem obrigada. As empresas atualmente se esforçam para bater as escalas. Quanto a casais em que um é marítimo e outro não, depende mais da maturidade do que está em terra, mas existem diversos casais que dão certo.
Já na maternidade estamos lutando muito por direitos, ainda é uma certa novidade mulher a bordo e não temos uma legislação específica para isso.
Temos cada dia mais mulheres a bordo e na Escola e logo as empresas estarão mais preparadas para nos receber.
17. Quais atributos você considera mais importante na sua aprovação no concurso?
Nathalia: Além de estudar, claro, tive muito pensamento positivo. Considero isso muito importante. Chegar no dia da prova com vontade de vencer. Seja qualquer concurso. Mesmo aquele que voce não queira.
Bruno: Confiança, calma e força de vontade.
Ana Clara: Inglês, inglês e inglês. De longe é a matéria mais pesada no concurso (apesar de ter mudado muito desde meu ano), uma das matérias mais cobradas durante o curso e fator decisivo para conquista de bons empregos.
18. Se pudesse resumir o seu ano de esforço para passar no concurso em uma frase, que frase seria?
Nathalia: Apesar do ano de sacrifício, valeu a pena. Consegui fazer amigos no meio de tudo isso. E na hora que der aquela vontade de desistir, pense que seu esforco NUNCA será em vão.
Na minha época, ouvi falarem muito mal da EFOMM. Mas lá, apesar de estarmos subordinados à Marinha do Brasil, estamos nos preparando para uma outra realidade que não é a carreira militar. Isso que voces precisam colocar na cabeãa. MM é uma coisa, MB é outra.
Bruno: Eu quero... eu posso...
Ana Clara: “um dia essa m... acaba!” Me repetia isso várias vezes ao dia, e hoje vejo que todo esforço é recompensado. Mesmo não tendo conseguido exatamente o que queria de início, todo o conhecimento adquirido serviu de background durante todos os estágios de minha formação.
19. Deixe uma mensagem aos futuros feras.
Nathalia: Boa sorte a todos! E, se quiserem, a Marinha Mercante está de braços abertos esperando por voces!
Bruno: Complementando sobre a resposta sobre a vida social no ano de concurso. Posso ser sincero? Eu não indico ter uma... rs...Você pode passar anos tendo vida social e fazendo curso ou fazer curso apenas um ano e não ter vida social apenas naquele ano. Eu decidi sofrer um ano só e não me arrependo. Quando você olha para o seu nome na lista de aprovados, toda noite em casa, todos os dias no curso são esquecidos, melhor, esquecidos não, são recompensados. Acredito que nada é melhor que o gosto da vitoria. Todos vão apoiar caso você não passe, mas a vida é sua, então dê importância a ela. Um ano que muda totalmente sua vida não poderia ser fácil, certo? Desde já parabenizo a você, pois se você está com um objetivo e corre atrás dele, você já se tornou um vitorioso. Parabéns e obrigado pelo convite, caso precisem, estarei disposto a responder qualquer tipo de perguntas sobre a minha formação e minha profissão. Abraços. Bruno Nobre!
Ana Clara: Gostaria só de mais umas palavras para tentar explicar como funciona a formação na EFOMM:
De início, temos a adaptação, que varia entre 2 e 3 semanas de militarismo “pesado” e fake. Nada mais que um teatrinho, eu diria. No primeiro ano, temos as matérias necessárias para obtermos nosso diploma de Ensino Superior, como cálculo, física, etc (a turma ime/ita faz com que isto pareça brincadeira de criança).
Ao fim do primeiro ano optamos pela especialidade: Máquinas ou Náutica.
O Oficial de Náutica trata da navegação, segurança, e toda papelada de bordo.
O Oficial de Máquinas, o melhor (rs), cuida da manutenção e operação de todos os equipamentos de propulsão e geração de energia (e vários outros que caberia umas 10 publicações como a bíblia pra explicar rs).
Os 2 anos seguintes são de especialização, onde vemos matérias específicas e voltadas para nossa área. Ao fim dos 3 anos, os pilotos (oficiais de náutica) iniciam o estágio embarcado (praticagem) por 12 meses, enquanto os maquinistas de 6 meses, para então podermos começar a exercer nossa profissão como Oficiais da Marinha Mercante.
Enfim, é difícil falar tudo, mas me coloco à disposição para maiores esclarecimentos no email clararemo@gmail.com.
Gostaria de agradecer pela oportunidade de falar da minha profissão, e para os mais interessados o www.blogmercante.com é um portal que sempre está mostrando como andam as coisas no meio marítimo, inclusive tirando dúvidas referentes ao concurso de 2011.
Bons ventos e mares tranqüilos,
2OM Ana Clara Pinto.
Muito boa a entrevista!!
ResponderExcluirAjudou a esclarecer muita coisa !!
Estão de parabéns
Valeu mestre, muito show a entrevista, o senhor é 10.
ResponderExcluirbeijomeliga UASHUASUASHS
ae Humberto,show de bola essa entrevista!Ajudou a dar uma orientada.Teria como o senhor fazer uma entrevista com alguem da EN?Ok,eu sei q a grande maioria quer IME ou ITA.mas se vc puder,agradeço desde já.
ResponderExcluirAbraços
Douglas Rosa
Muito bom Mestre,
ResponderExcluirvai entrevistar algum do ITA?
beijo me liga
Muito bom prof
ResponderExcluiradorei a entrevista e quero
parbenizar o incentivo.
Espero em breve alguém da AFA.
Abraços
Faalaa prof, blz?? hauhauhauhauahahua
ResponderExcluirMuito boa a entrevista, esclarecedora e ainda incentivadora. Obrigada
Bjuss
Excelente MESTRE !
ResponderExcluirValeuzão AE
interessante seria colocar as outras entrevistas (y) iuashushauhssahu vlww
ResponderExcluirSELVAAAA!
VLWWW PROFSSSS
ResponderExcluirvc é d++++++++++++++
efomm 3ª opção oq? huahuauh
=]
Excelente entrevista!
ResponderExcluirValeu Humbeeerto. *-*
Excelente entrevista meeesmo! Ninguém sabe explicar tuuudo sobre a EFOMM e ler o edital só nos faz "boiar" mais. Depois de ler esta entrevista, tudo ficou mais claro na minha cabeça. :)
ResponderExcluirMeu nome é Everton Keller formado na EFOMM turma de 1987 ,remador com 7 medalhas conquistadas na Escola , trabalhei na FRONAPE de 1987 na minha praticagem , até 1997 quando tirei a carta de Oficial Superior de Máquinas no CIAGA , eu agradeço por todo conhecimento adquirido ,trabalhei na construção dos navios tanques NT RODEIO no estaleiro Caneco Rio de Janeiro e NT LAMBARI no estaleiro Verolme em Angra dos Reis ,viajei muito, mas principalmente pela América do Sul,hoje tou aposentado por invalidez no INSS com sérios problemas de saúde ,uma pena que minha vida de marítimo durou poucos anos, mas fui muito feliz na Marinha Mercante ,dúvidas profissionais pelo e-mail evertonkeller@ig,com.br,saudações marinheiras!!!!!
ResponderExcluirmuito bom comentario;Deus continui t abncoando.
ResponderExcluirass;miss,adam
muito boa entrevista...
ResponderExcluirparabens DEUS CONTINUI ABENCOANDO TODOS VCS
MISS.ADAM
Tenho 14 anos, e quero me formar na EFOMM ... essa entrevista ajudou a esclarecer muitas coisas.. vocês estão de parabéns e sucesso para vocês
ResponderExcluirtenho 16 anos, acabei o ensino médio ano passado(2011) KKKKK' é sou adiantado... esse ano irei fazer 17 anos, vou fazer pré-militar no GGE e quero muito entrar pro EFOMM, com certeza essa intervista me abriu os olhos principalmente em relação a vida social! SÓ TENHO A AGRADECER, MUITO OBRIGADO!
ResponderExcluirTenho 17 anos e estou cursando o 3ºano EM junto a um pré-militar, meu foco é a EFOMM.
ResponderExcluirEstava meio "cabreira", por não estar conseguindo me concentrar, nos estudos, até agora. Mas essa entrevista me deu um "UP" total e me ajudou bastante, estou mais incentivada!
PARABÉNS E MUITO SUCESSO PRA VOCÊS !
oi sou valdecio gostaria de saber qual e media das provas da EFOMM?
ResponderExcluirParabéns ao dono do blog! Iniciativa fantástica!
ResponderExcluirÓtima matéria!
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa e parabéns aos mercantes pelos depoimentos. Deu pra ter uma boa noção da realidade da profissão.
ResponderExcluirSou aquela pessoa conciderada "popular" então o comentario sobre a parte da vida social me ajudou muito , vou me empenhar mas so que achava que já estava e na verdade não estava , obrigado !
ResponderExcluirToi querendo passar no effom...voi fazer em Belém...mas tou com medo...
ResponderExcluirA melhor entrevista que vi até hoje, sem exagero.
ResponderExcluirEstou na Espcex e achei excelente a pesquisa!
ResponderExcluirUm amigo me falou que da pra ganhar mais de um milhão por ano, após a formatura. Isso é verdade?
ResponderExcluir