sexta-feira, 22 de junho de 2012

Quem é um bom aluno?

Meus queridos,

depois de um longo e tenebroso inverno (tempo sem escrever a vocês), hoje eu consegui um tempinho pra escrever mais um post. Finalmente, né?
Duas das frases mais ouvidas pelos professores de cursinho é: "poxa, eu entendi, mas eu nunca iria pensar em fazer isso" (quando o professor acaba de fazer um exercício difícil) e "eu acho que não vou passar, pq conheço o fulaninho e a fulaninha que são muito melhores do que eu, eles já tentaram ano passado e não passaram". Vamos bater um papo sobre essas frases e o sentimento que cerca os alunos ao dizê-las.
Para começar o papo, vou listar duas opções de bons alunos:
- aluno que tem dúvidas 'geniais': é aquele aluno que pensa muito acima da média;
- aluno trabalhador: aquele aluno que faz todas as listas de exercícios, muitas delas com centenas de exercícios braçais.

Obviamente, estou sendo extremista em criar dois grupos de bons alunos, forçando que um não tenha interseção com o outro. Porém, é apenas para simplificar a análise. Se o aluno é muito trabalhador e consegue pensar 'fora da caixinha', ele certamente vai ter muito sucesso.
Na maioria dos casos, o aluno muito inteligente não gosta, ou não se sente interessado, de fazer listas intermináveis de exercícios simples e médios. Os exercícios não o desafiam, ele não sente tesão em dedicar horas do seu dia a fazer exercícios repetitivos. Prefere pensar sobre conceitos mais avançados, pesquisar novos tópicos na internet, tem um papo sempre muito 'cabeça'. Nos colégios convencionais, ele é o melhor aluno da turma sem muito esforço.
Ainda falando na maioria dos casos, o aluno trabalhador não era o primeiro aluno da classe no seu colégio. Ao começar o cursinho, ele sofre para acompanhar a matéria. Acha tudo muito novo, sente dificuldades na Matemática básica. Diferentemente do aluno inteligente, ele se apega às listas com unhas e dentes, tentando matá-las a todo custo.
O aluno trabalhador começa encarando o cursinho se sentindo inferior, pq existem vários alunos muito inteligentes na turma. No início do ano, com pouca matéria, o aluno inteligente ainda se destaca. Porém, como a quantidade de informação dada no cursinho é muito grande, com o passar do tempo o aluno inteligente que não trabalha tanto começa a se perder e não repete o desempenho que tinha no colégio. Esta situação é nova pra ele, ele vê alunos que considera mais limitados que ele tendo resultados melhores nos simulados.
Aí neste momento, voltamos às frases do início do post. O aluno trabalhador se sente incapaz pq existem alunos mais inteligentes que ele na mesma sala. Ele vê exercícios difíceis, que muitas vezes o aluno inteligente consegue resolver, e ele não consegue. Porém, na hora da prova, as questões muito difíceis são poucas. O aluno trabalhador tem condições de ter um resultado melhor que o do aluno inteligente, já que a prova é composta em sua maioria de questões médias e fáceis. Isto vale para qualquer prova. Não estou dizendo que o aluno inteligente não vai ser aprovado. Estou dizendo é que não basta a inteligência. Ele precisa ser trabalhador como o aluno que sempre foi mediano. Em caso contrário, se não trabalhar, o aluno inteligente tem menos chances de ser aprovado que o aluno mediano trabalhador. O aluno trabalhador pode nunca ter uma sacada genial, mas ele é capaz de reproduzi-la, depois de ver o professor resolvendo uma questão. E vai trabalhar pra fazer isso. O aluno inteligente que não trabalha tanto provavelmente vai fazer estas questões difíceis. Mas vai perder muitos pontos em questões fáceis e médias, na maioria das vezes por falta de atenção. Por ter perdido velocidade ao não realizar o treinamento com o máximo de dedicação.


Para dar um exemplo mais palpável, vou citar dois casos recentes do esporte: Barcelona x Chelsea e Santos x Corínthians. Os times mais badalados do momento, no mundo e no Brasil, respectivamente, são Barcelona e Santos. Os dois caíram em semifinais dos torneios continentais (Champions League e Taça Libertadores da América), contra times considerados muito mais limitados que eles. Os dois confrontos foram muito parecidos: os times limitados extremamente aplicados na defesa, marcando muito bem, lutando por cada bola como se fosse um prato de comida. E os times mais técnicos tentando furar o bloqueio. Não por terem menosprezado os oponentes. A causa, a meu ver, é a dificuldade de jogar contra um adversário que marcava duro o tempo todo. Nos dois confrontos, poucos gols. Poucas chances de gol. E o time mais técnico ficando nervoso por não conseguir entrar na defesa dos times mais esforçados. Os resultados foram os mesmos: o time esforçado passou para a final. No caso da Europa, o Chelsea foi campeão. A esperar, o resultado da Libertadores.
No nosso mundo da preparação pra concursos, é mais indicado ser o Corínthians ou o Chelsea. E não o Santos ou o Barcelona. Se você é um aluno esforçado, está no caminho certo. Se você é um aluno inteligente, trate de trabalhar. É mais importante você ser eficiente e fazer todos os pontos fáceis e médios do que ser o aluno que vai fazer as questões mais difíceis da prova, e poucas. Na hora da pontuação, o que vale é a quantidade de pontos. Não a dificuldade.
A aprovação é logo ali.
Beijomeliga.

4 comentários:

  1. Gostei muito deste post, eh bom ler isso, ainda mais faltando tão pouco tempo pra algumas provas.
    Trabalhar e acreditar!
    A aprovação eh logo ali.
    Jo Vilaverde

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  2. Cara que texto lindo já tinha pensado sobre isso mas não desenvolvi esse raciocínio objetivo como o seu gostei muito ... me deu esperanças pois no meu preparatório eu vejo aqueles cara que sabem tudo e isso me deixa la em baixo .. Realmente tem uns que sabem muito mesmo mas chega na hora da prova não passam e alguns que chegam no local para fazer a prova com "cuzinho na mão" ...conseguem ...Seja o que Deus quiser ......

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  3. Adorei o post. Tenho certeza que o incentivo principal parte de si próprio, porém textos como esses interferem também. Estou nesse mundo e sinto muita dificuldade pessoal, muitas vezes, em crer na vitoria, mas não quero desistir de tentar. Até pq... "existem mais aqueles que desistem do que os que realmente fracassam."

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  4. Gostei muito do texto. Só é uma pena muito grande que você tenha tão pouco tempo para postar mais. Conforme os dias das provas vão se aproximando mais vou precisando ler coisas como essas. Parabéns pelo blog.
    Raphael Filene

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