sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A Seleção de Vôlei e curiosidades pessoais

Meus queridos,

no último domingo, a SELEÇÃO brasileira masculina de vôlei conquistou pela terceira vez seguida o título do Campeonato Mundial. Já falei várias vezes dessa equipe, que já está na sua terceira geração, desde que o Bernardinho assumiu o comando. Parece que falamos sempre das mesmas pessoas, mas não é. Este time foi bastante modificado desde a campanha dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. Escrevi SELEÇÃO com letras maiúsculas porque eles merecem isso. É impressionante como este time cresce nas horas decisivas e como os adversários sabem que estão enfrentando a melhor SELEÇÃO de todos os tempos. A seleção italiana não apareceu pra jogar a semifinal (ou então o time é só aquilo mesmo). A seleção cubana vinha muito bem no campeonato e simplesmente sumiu na final. Impressionante mesmo.

Mas como o blog não é sobre vôlei, temos que tirar algumas lições para nossa vida cotidiana de turma IME/ITA. Poderíamos repetir os itens necessários para o sucesso: trabalho, foco no objetivo, motivação, etc.. Mas todos estes já foram bastante batidos aqui. Hoje, vamos abordar outro aspecto importante na carreira de um time (ou candidato) vencedor: a missão deve ser cumprida.

A SELEÇÃO enfrentou vários problemas de contusão ao longo do Campeonato Mundial. Só pra vocês terem uma idéia, o Bernardinho precisou pedir para o repórter do Sportv, que já foi jogador de vôlei, ajudar em um dos treinos, pq ele não tinha dois levantadores. Problemas não faltaram: regulamento confuso, contusões, time renovado. Mas nada disso foi suficiente para obstruir o caminho da SELEÇÃO até o título. Assim deve se comportar um candidato que deseja ser vencedor. Problemas, não vão faltar. A diferença é a importância que você dá a eles. Para realmente vencer, você deve se concentrar no que deve ser feito e abandonar os problemas. A missão deve ser cumprida!



Falando em missão cumprida, essa semana eu bati um papo em uma das turmas, em que certo aluno me perguntou sobre o Projeto de Fim de Curso (PFC) que participei no IME, em 2003. Tenho muito orgulho de ter feito parte desta equipe, em que eu era o membro menos importante. A equipe era composta por:

- nosso orientador, então Major Ulf Bergmann, já na Reserva;
- Fernando Castro de Mesquita, que era da Ativa, mas já saiu do Exército;
- Rafael de Oliveira Osório (Tag U), Arquiteto de Soluções de Portal e Colaboração da IBM;
- Adolfo Correia, sócio da Silicon Strategy; e
- este que vos escreve agora.

O projeto todo foi uma das maiores cases de "missão dada é missão cumprida". Inscrevemos nosso PFC na competição de software da Computer Society da IEEE, chamada Computer Society International Design Competition. Esta competição foi patrocinada pela Microsoft e reuniu projetos do mundo inteiro, com foco na prestação de serviços à sociedade. A competição teve mais de 150 projetos inscritos, com os 10 melhores apresentando em um evento em Washington - D.C.
Nosso projeto conseguiu a 4a colocação mundial e o prêmio especial pelo uso dos conceitos de Engenharia de Software (Microsoft Award for Software Engineering).

Nosso PFC foi baseado em uma tese de mestrado realizado no IME, pelo Major Bombeiro Militar Sílvio. Ele modelou um sistema de auxílio à Defesa Civil, em caso de alguma catástrofe. Este sistema foi chamado por nós de In Site Command System (ISCS) e era composto de um palmtop, com dispositivos de GPS, câmera e celular conectados (na época não existiam smartphones!!!!). O ISCS permitia que o operador do sistema tivesse acesso remoto ao plano de ação de resposta à ocorrência (fechar as ruas X e Y, evacuar os feridos para o hospital HHH, solicitar equipamentos da central CCC, etc..), além de registrar todas as medidas tomadas, informar à central a posição da equipe de campo e viabilizar os pedidos de equipamento de forma automática. A câmera servia para que a equipe da campo pudesse enviar fotografias para a central, para pedir opiniões ou ajuda, por exemplo.

Este projeto rendeu muitas noites viradas a todos, com o agravante de precisarmos fazer provas e trabalhos do 5° ano normalmente, já que ainda éramos alunos. Viramos noites, trabalhamos muito, mas o resultado foi compensador. Ganhamos a satisfação da premiação, o reconhecimento e uma viagem paga pela Microsoft... hehehehehehe

Falando do jargão "missão dada é missão cumprida", lembro de uma situação em que fomos pedir para entregar determinado trabalho depois da viagem, pq estávamos totalmente atolados com o projeto para levar pros EUA. E nosso professor não nos liberou do prazo, já que devíamos saber que "missão dada é missão cumprida"! Enfim, não adiantava reclamar. Fizemos o possível e deu tudo certo. Conseguimos vídeos diretamente da Globo, filmagens da Defesa Civil feitas especialmente para nós e passaporte de serviço, entre outras coisas. Entre essas outras coisas, lembro da nossa necessidade de grana para comprar os equipamentos. Usamos o palmtop pessoal do Major Bergmann, mas precisaríamos de todo o resto. Além de um palmtop para o projeto mesmo, não o pessoal do major. Neste ponto, o Osório teve uma idéia louca e genial: mandou um e-mail para o presidente da Telefônica no Brasil, que era formado no IME (a Telefônica Celular deu origem à Vivo, que vocês conhecem hoje... olha o tamanho do cara que ele cutucou!). Neste e-mail, ele pedia auxílio para um projeto acadêmico, e tal. Não é louco isso? Pois é. O presidente, senhor Manoel Amorim, gostou da idéia e bancou R$ 5 mil, na época.
Tudo isso parecia ser impossível. Mas saiu, foi possível. Primeiramente porque Deus nos ajudou e, depois, pq acreditamos que devíamos fazer. Não nos acomodamos com a resposta "não dá". Isso serve para você também.

Como curiosidade, vai aqui a página da competição, para quem quiser ver os resultados, as fotos, etc.. Lá tem até a apresentação em Powerpoint que nós fizemos para os jurados. Clique aqui.

Acredite na sua missão! A aprovação é logo ali.

Beijomeliga!

Um comentário:

  1. Samuca
    Rs gostei desse tb. Só pra variar.
    Esse aluno aí brincadeira. Atrapalhando a aula.

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