terça-feira, 26 de junho de 2012

As pessoas que fazem a diferença

Meus queridos,

ao longo de nossas vidas, encontramos pessoas que nos ajudam, de uma forma ou de outra, a alcançar nossos objetivos. Esta ajuda pode vir de diversas formas, com as mais diversas apresentações, e muitas vezes nós nem nos damos conta que essas pessoas estiveram ao nosso lado em parte da caminhada. Mas elas estão lá, apoiando. Muitas vezes, sem nem perceberem que estão nos ajudando de alguma maneira.

Outro dia, recebi um e-mail que pedia para nomear as 5 pessoas mais ricas do mundo, as 5 últimas vencedoras do concurso Miss Universo, 10 vencedores do Prêmio Nobel, os 5 últimos vencedores do Oscar como melhor ator/atriz. Obviamente, eu não sabia nem 1/3 desta lista. Em seguida, no mesmo e-mail, o texto pedia que o leitor listasse os 3 melhores professores, 3 amigos que tivessem ajudado em um momento difícil e 5 pessoas que passassem bastante tempo com ele. Tarefa mais fácil? Sem dúvida. A ideia é justamente mostrar que as pessoas importantes para o mundo não são necessariamente importantes em nossas vidas. As pessoas importantes em nossas vidas são as próximas. São aquelas que fazem a diferença para nós. Sinceramente, minha vida vai mudar nada se o último vencedor do Oscar de melhor ator morrer. Claro que não torço para ele morrer. Mas se isso acontecer, ok. Pra mim, nada. Agora, se um amigo meu morrer, o peso vai ser grande.

Pois bem, quem faz a diferença nas nossas vidas então? Na minha opinião, aqueles que estão próximos. Familiares, amigos, colegas de trabalho. Esses são os importantes, eles fazem a diferença. Muitas vezes, com um ensinamento em uma situação boba, que serve para levarmos para o resto da vida. Destes que citei, vou listar 4 ensinamentos que tive na vida, a partir de um familiar ou de um amigo. Assim, espero compartilhar alguma coisa útil com vocês.

1. Minha mãe me ensinou a trabalhar. Não ter medo de acordar cedo, trabalhar até tarde, quando temos um objetivo. Ela sempre disse: "estude, seu conhecimento ninguém pode roubar. Se não us-alo agora, mais na frente você vai usar. Perder alguma coisa por saber demais você não vai. Então, estude. Isto vai ser útil." Pois bem, na época, eu não gostava muito de ouvir isso. Hoje, eu vejo o quanto isto foi importante. O quanto foi importante eu ter me destacado como aluno. Obrigado, mãezinha.

2. Quando adolescente, aprendi a não pensar muito se algo vai dar errado. Eu simplesmente preciso fazer a minha parte e olhar para frente. Normalmente, quando estamos diante de um objetivo muito distante, pensamos: 'poxa, eu vou me esforçar tanto... e se não der certo? Vou ter perdido meu tempo..." Eu também pensava assim. Até que um dia, um professor me mostrou que não deveria ficar pensando na hipótese de dar errado. Se der errado, deu. Paciência. Aí a gente pensa no que fazer. Mas todas as forças devem ser colocadas na hipótese de dar certo. No caso da preparação para concursos, temos a opção de cair de cabeça naquilo que queremos. Ou podemos ir tentando várias coisas, um concursinho aqui, outro ali, de repente, tentar um técnico de alguma coisa.. uma faculdade particular, etc.. Ao dividir as atenções, estamos diminuindo o tempo que dedicamos ao nosso principal objetivo. Precisamos focar no objetivo principal. O que não impede de fazer outras provas, mas sempre com o foco no alvo principal. Para os alunos que querem o IME, ITA ou Escola Naval, por exemplo, acho bastante válido fazer a prova da EFOMM e da AFA. Mas com o olho no alvo. E se der errado? Deu. Paciência

3. Na época do IME, aprendi a pensar alto e não ter medo das negativas. Muitas vezes, a gente se conforma com objetivos medianos, para 'ter mais garantia' de sucesso. Porque obviamente os objetivos mais ousados são mais difíceis de ser alcançados. Para evitar frustrações, a gente se conforma em ter um objetivo próximo. Muitas vezes, este objetivo é muito abaixo do que podemos atingir. Mas para atingir objetivos grandiosos, precisamos nos dedicar demais. Não dá pra ficar parado, esperando cair do céu uma solução. É essencial sair da zona de conforto. Lembro de um episódio no IME em que precisávamos de financiamento para um projeto. E aí, o que fazer? Quem procurar? Na época, a economia brasileira não estava tão abundante. Arrumar um financiamento de US$ 5 mil era algo bastante complexo. A solução encontrada por um amigo: vamos mandar um e-mail para o presidente de uma multinacional, que era formado no IME. Po, vamos mandar um e-mail para um cara altamente ocupado? Ele vai ignorar... ainda mais pedindo dinheiro para um projeto de um grupo de estudantes... fala sério...
Deu certo! O dinheiro veio e o projeto saiu. Moral da história: se fôssemos ficar com medo de mandar o e-mail, não teria saído. Mova-se. Corra atrás. Persiga qualquer pessoa que pode, de alguma forma, ajudar.

4. Depois de formado, entrei em outro projeto bem audacioso. Estava em uma reunião, com um possível investidor, quando o cara começou a bombardear. Mas bateu muito na gente. Nossa! A sensação era de que estávamos sendo massacrados naquela mesa de reunião. Parecia uma luta do Anderson Silva contra um peso pena amador de Duque de Caxias. Saí da reunião praticamente morto, com a cara da derrota. Pensei: 'já era, morreu o projeto. Vou pensar no que fazer de agora em diante, em outra área.'
Voltamos pra casa tarde da noite, cansados. Não houve muito papo no carro. Uma noite de sono. E a sensação de ter que procurar outra coisa para fazer continuava. Até que meu celular tocou, e era um dos meus amigos, que estava na reunião comigo. Apanhou junto. E ele continuava a falar do projeto, como se nada tivesse acontecido. "Precisamos ajeitar isso, isso e isso. Já dei uma olhada nisso aqui, podemos fazer isso assim assim." E eu pensando: "Esse cara está louco! Ele não entendeu que a gente não tem condição de fazer?" Pois bem, a atitude dele de absorver a porrada e continuar trabalhando, como se nada tivesse acontecido me contagiou. Aprendi naquele momento. Continuamos trabalhando, mais ainda do que antes. Lutamos muito. O projeto saiu. E sem aquele possível investidor que batera na gente. Saiu sem ele, de uma forma muito melhor do que planejamos no início. Se tivesse deixado me levar pela porrada, teria abandonado o sonho.

Listei pra vocês aqui 4 ensinamentos que tive ao longo da vida, que, de uma forma ou de outra, balizam o que eu sou hoje. Em vários momentos de decisão, eu lembro de alguma experiência dessas. E sigo em frente. Muitas vezes, não tenho a menor idéia se aquilo vai dar certo ou não. Mas sigo em frente. E agora, com 30 anos, posso olhar pra trás e falar: faria tudo exatamente como eu fiz. Não me arrependo. E aprendi essas coisas tão importantes com quem? Com as pessoas próximas. Não foi com nenhum atleta, com nenhum guru da auto-ajuda, ou um escritor famoso. Aprendi com quem estava ao meu lado.

Espero ter ajudado. E vamos lá!

A aprovação é logo ali.
Beijomeliga.




sexta-feira, 22 de junho de 2012

Quem é um bom aluno?

Meus queridos,

depois de um longo e tenebroso inverno (tempo sem escrever a vocês), hoje eu consegui um tempinho pra escrever mais um post. Finalmente, né?
Duas das frases mais ouvidas pelos professores de cursinho é: "poxa, eu entendi, mas eu nunca iria pensar em fazer isso" (quando o professor acaba de fazer um exercício difícil) e "eu acho que não vou passar, pq conheço o fulaninho e a fulaninha que são muito melhores do que eu, eles já tentaram ano passado e não passaram". Vamos bater um papo sobre essas frases e o sentimento que cerca os alunos ao dizê-las.
Para começar o papo, vou listar duas opções de bons alunos:
- aluno que tem dúvidas 'geniais': é aquele aluno que pensa muito acima da média;
- aluno trabalhador: aquele aluno que faz todas as listas de exercícios, muitas delas com centenas de exercícios braçais.

Obviamente, estou sendo extremista em criar dois grupos de bons alunos, forçando que um não tenha interseção com o outro. Porém, é apenas para simplificar a análise. Se o aluno é muito trabalhador e consegue pensar 'fora da caixinha', ele certamente vai ter muito sucesso.
Na maioria dos casos, o aluno muito inteligente não gosta, ou não se sente interessado, de fazer listas intermináveis de exercícios simples e médios. Os exercícios não o desafiam, ele não sente tesão em dedicar horas do seu dia a fazer exercícios repetitivos. Prefere pensar sobre conceitos mais avançados, pesquisar novos tópicos na internet, tem um papo sempre muito 'cabeça'. Nos colégios convencionais, ele é o melhor aluno da turma sem muito esforço.
Ainda falando na maioria dos casos, o aluno trabalhador não era o primeiro aluno da classe no seu colégio. Ao começar o cursinho, ele sofre para acompanhar a matéria. Acha tudo muito novo, sente dificuldades na Matemática básica. Diferentemente do aluno inteligente, ele se apega às listas com unhas e dentes, tentando matá-las a todo custo.
O aluno trabalhador começa encarando o cursinho se sentindo inferior, pq existem vários alunos muito inteligentes na turma. No início do ano, com pouca matéria, o aluno inteligente ainda se destaca. Porém, como a quantidade de informação dada no cursinho é muito grande, com o passar do tempo o aluno inteligente que não trabalha tanto começa a se perder e não repete o desempenho que tinha no colégio. Esta situação é nova pra ele, ele vê alunos que considera mais limitados que ele tendo resultados melhores nos simulados.
Aí neste momento, voltamos às frases do início do post. O aluno trabalhador se sente incapaz pq existem alunos mais inteligentes que ele na mesma sala. Ele vê exercícios difíceis, que muitas vezes o aluno inteligente consegue resolver, e ele não consegue. Porém, na hora da prova, as questões muito difíceis são poucas. O aluno trabalhador tem condições de ter um resultado melhor que o do aluno inteligente, já que a prova é composta em sua maioria de questões médias e fáceis. Isto vale para qualquer prova. Não estou dizendo que o aluno inteligente não vai ser aprovado. Estou dizendo é que não basta a inteligência. Ele precisa ser trabalhador como o aluno que sempre foi mediano. Em caso contrário, se não trabalhar, o aluno inteligente tem menos chances de ser aprovado que o aluno mediano trabalhador. O aluno trabalhador pode nunca ter uma sacada genial, mas ele é capaz de reproduzi-la, depois de ver o professor resolvendo uma questão. E vai trabalhar pra fazer isso. O aluno inteligente que não trabalha tanto provavelmente vai fazer estas questões difíceis. Mas vai perder muitos pontos em questões fáceis e médias, na maioria das vezes por falta de atenção. Por ter perdido velocidade ao não realizar o treinamento com o máximo de dedicação.


Para dar um exemplo mais palpável, vou citar dois casos recentes do esporte: Barcelona x Chelsea e Santos x Corínthians. Os times mais badalados do momento, no mundo e no Brasil, respectivamente, são Barcelona e Santos. Os dois caíram em semifinais dos torneios continentais (Champions League e Taça Libertadores da América), contra times considerados muito mais limitados que eles. Os dois confrontos foram muito parecidos: os times limitados extremamente aplicados na defesa, marcando muito bem, lutando por cada bola como se fosse um prato de comida. E os times mais técnicos tentando furar o bloqueio. Não por terem menosprezado os oponentes. A causa, a meu ver, é a dificuldade de jogar contra um adversário que marcava duro o tempo todo. Nos dois confrontos, poucos gols. Poucas chances de gol. E o time mais técnico ficando nervoso por não conseguir entrar na defesa dos times mais esforçados. Os resultados foram os mesmos: o time esforçado passou para a final. No caso da Europa, o Chelsea foi campeão. A esperar, o resultado da Libertadores.
No nosso mundo da preparação pra concursos, é mais indicado ser o Corínthians ou o Chelsea. E não o Santos ou o Barcelona. Se você é um aluno esforçado, está no caminho certo. Se você é um aluno inteligente, trate de trabalhar. É mais importante você ser eficiente e fazer todos os pontos fáceis e médios do que ser o aluno que vai fazer as questões mais difíceis da prova, e poucas. Na hora da pontuação, o que vale é a quantidade de pontos. Não a dificuldade.
A aprovação é logo ali.
Beijomeliga.