quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O motivo de buscarmos educação

Meus queridos,

costumamos bater uns papos aqui sobre concursos, motivação, força de vontade e assuntos relacionados. Não é raro eu receber e-mails de pessoas dizendo que estavam navegando e encontraram o blog por acaso, leram e curtiram os textos, mesmo não sendo concurseiros. Isto eu imagino que aconteça pq falamos sobre aspectos que são comuns a muitas áreas. Todos temos desafios nas nossas vidas, sejam que vidas forem. Mas uma coisa é importante não perdermos de vista: todos devemos querer evoluir. Pelo menos em alguns aspectos. E nossa sociedade (brasileira) ainda tem muito a evoluir em quase todos os aspectos. Somos primitivos em diversas áreas. Quem me conhece sabe q não gosto de reclamar, mas está aí um dos pontos que me incomodam profundamente: nosso atraso como sociedade. Hoje eu dei de cara com este texto, que reproduz muito do que eu considero que nós devemos tomar cuidado.
Pensando sobre isso, lembrei de uma conversa com meu mestre, há uns 15 anos, quando ele me disse o seguinte: "Humberto, eu realmente sei mais Matemática que a maioria das pessoas. Mas isso faz de mim alguém melhor que os outros? Não! Eu sei mais Matemática, o outro sabe mais Música, o outro joga mais futebol, e por aí vai. Nós não podemos nos achar melhores que ninguém." Aí eu vejo como essa conversa é atual, mesmo sendo de muito tempo atrás.

Se continuarmos com a cultura de que "vale o meu", "se eu me der bem, dane-se o resto" e coisas do tipo, corremos o risco de ter, em poucas gerações, um país devastado pelas desigualdades e, com sorte, sem uma guerra civil.

O texto é de um brasileiro, que mora na Holanda. Segue abaixo.

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Excelente texto extraído do blog do brasileiro Daniel Duclos, que mora na Holanda.

A sociedade holandesa tem dois pilares muito claros: liberdade de expressão e igualdade. Claro, quando a teoria entra em prática, vários problemas acontecem, e há censura, e há desigualdade, em alguma medida, mas esses ideais servem como norte na bússola social holandesa.

Um porteiro aqui na Holanda não se acha inferior a um gerente. Um instalador de cortinas tem tanto valor quanto um professor doutor. Todos trabalham, levam suas vidas, e uma profissão é tão digna quanto outra. Fora do expediente, nada impede de sentarem-se todos no mesmo bar e tomarem suas Heinekens juntos. Ninguém olha pra baixo e ninguém olha por cima. A profissão não define o valor da pessoa – trabalho honesto e duro é trabalho honesto e duro, seja cavando fossas na rua, seja digitando numa planilha em um escritório com ar condicionado. Um precisa do outro e todos dependem de todos. Claro que profissões mais especializadas pagam mais. A questão não é essa. A questão é “você ganhar mais porque tem uma profissão especializada não te torna melhor que ninguém”.

Profissões especializadas pagam mais, mas não muito mais. Igualdade social significa menor distância social: todos se encontram no meio. Não há muito baixo, mas também não há muito alto. Um lixeiro não ganha muito menos do que um analista de sistemas. O salário mínimo é de 1300 euros/mês. Um bom salário de profissão especializada, é uns 3500, 4000 euros/mês. E ganhar mais do que alguém não torna o alguém teu subalterno: o porteiro não toma ordens de você só porque você é gerente de RH. Aliás, ordens são muito mal vistas. Chegar dando ordens abreviará seu comando. Todos ali estão em um time, do qual você faz parte tanto quanto os outros (mesmo que seu trabalho dentro do time seja de tomar decisões).

Esses conceitos são basicamente inversos aos conceitos da sociedade brasileira, fundada na profunda desigualdade. Entre brasileiros que aqui vêm para trabalhar e morar é comum – há exceções - estranharem serem olhados no nível dos olhos por todos – chefe não te olha de cima, o garçom não te olha de baixo. Quando dão ordens ou ignoram socialmente quem tem profissão menos especializadas do que a sua, ficam confusos ao encontrar de volta hostilidade em vez de subserviência. Ficam ainda mais confusos quando o chefe não dá ordens – o que fazer, agora? Os salários pagos para profissão especializada no Brasil conseguem tranquilamente contratar ao menos uma faxineira diarista, quando não uma empregada full time.

Os salários pagos à mesma profissão aqui não são suficientes pra esse luxo, e é preciso limpar o banheiro sem ajuda – e mesmo que pague (bem mais do que pagaria no Brasil a) um ajudante, ele não ficará o dia todo a te seguir limpando cada poerinha sua, servindo cafézinho. Eles vêm, dão uma ajeitada e vão-se a cuidar de suas vidas fora do trabalho, tanto quanto você. De repente, a ficha do que realmente significa igualdade cai: todos se encontram no meio, e pra quem estava no Brasil na parte de cima, encontrar-se no meio quer dizer descer de um pedestal que julgavam direito inquestionável (seja porque “estudaram mais” ou “meu pai trabalhou duro e saiu do nada” ou qualquer outra justificativa pra desigualdade).

Porém, a igualdade social holandesa tem um outro efeito que é muito atraente pra quem vem da sociedade profundamente desigual do Brasil: a relativa segurança. É inquestionável que a sociedade holandesa é menos violenta do que a brasileira. Claro que aqui há violência – pessoas são assassinadas, há roubos. Estou fazendo uma comparação, e menos violenta não quer dizer “não violenta”.

O curioso é que aqueles brasileiros que queixam-se amargamente de limpar o próprio banheiro, elogiam incansavelmente a possibilidade de andar à noite sem medo pelas ruas, sem enxergar a relação entre as duas coisas. Violência social não é fruto de pobreza. Violência social é fruto de desigualdade social. A sociedade holandesa é relativamente pacífica não porque é rica, não porque é “primeiro mundo”, não porque os holandeses tenham alguma superioridade moral, cultural ou genética sobre os brasileiros, mas porque a sociedade deles tem pouca desigualdade. Há uma relação direta entre a classe média holandesa limpar seu próprio banheiro e poder abrir um Mac Book de 1400 euros no ônibus sem medo.

Eu, pessoalmente, acho excelente os dois efeitos. Primeiro porque acredito firmemente que a profissão de alguém não têm qualquer relação com o valor pessoal. O fato de ter “estudado mais”, ter doutorado, ou gerenciar uma equipe não te torna pessoalmente melhor que ninguém, sinto muito. Não enxergo a superioridade moral de um trabalho honesto sobre outro, não importa qual seja. Por trabalho honesto não quero dizer “dentro da lei” - não considero honesto matar, roubar, espalhar veneno, explorar ingenuidade alheia, espalhar ódio e mentira, não me importa se seja legalizado ou não. O quanto você estudou pode te dar direito a um salário maior – mas não te torna superior a quem não tenha estudado (por opção, ou por falta dela). Quem seu paí é ou foi não quer dizer nada sobre quem você é. E nada, meu amigo, nada te dá o direito de ser cuzão. Um doutor que é arrogante e desonesto tem menos valor do que qualquer garçom que trata direito as pessoas e não trapaceia ninguém. Profissão não tem relação com valor pessoal.

Não gosto mais do que qualquer um de limpar banheiro. Ninguém gosta – nem as faxineiras no Brasil, obviamente. Também não gosto de ir ao médico fazer exames. Mas é parte da vida, e um preço que pago pela saúde. Limpar o banheiro é um preço a pagar pela saúde social. E um preço que acho bastante barato, na verdade.

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Espero que sirva para que todos nós possamos refletir.
Beijomeliga.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A verdadeira pergunta

Meus queridos,

hoje vou compartilhar com vcs um texto interessante, retirado do Huffington Post. O texto é do colunista Mark Manson. Para não fazer uma tradução porca, prefiro estimular vcs no idioma inglês, já que ele é muito importante no mercado de trabalho. E na prova da EFOMM, muito mais! hehehehehe

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Everybody wants what feels good. Everyone wants to live a care-free, happy and easy life, to fall in love and have amazing sex and relationships, to look perfect and make money and be popular and well-respected and admired and a total baller to the point that people part like the Red Sea when you walk into the room.
Everybody wants that -- it's easy to want that.
If I ask you, "What do you want out of life?" and you say something like, "I want to be happy and have a great family and a job I like," it's so ubiquitous that it doesn't even mean anything.
Everyone wants that. So what's the point?
What's more interesting to me is what pain do you want? What are you willing to struggle for? Because that seems to be a greater determinant of how our lives end up.
Everybody wants to have an amazing job and financial independence -- but not everyone is willing to suffer through 60-hour work weeks, long commutes, obnoxious paperwork, to navigate arbitrary corporate hierarchies and the blasé confines of an infinite cubicle hell. People want to be rich without the risk, with the delayed gratification necessary to accumulate wealth.
Everybody wants to have great sex and an awesome relationship -- but not everyone is willing to go through the tough communication, the awkward silences, the hurt feelings and the emotional psychodrama to get there. And so they settle. They settle and wonder "What if?" for years and years and until the question morphs from "What if?" into "What for?" And when the lawyers go home and the alimony check is in the mail they say, "What was it all for?" If not for their lowered standards and expectations for themselves 20 years prior, then what for?
Because happiness requires struggle. You can only avoid pain for so long before it comes roaring back to life.
At the core of all human behavior, the good feelings we all want are more or less the same. Therefore what we get out of life is not determined by the good feelings we desire but by what bad feelings we're willing to sustain.
"Nothing good in life comes easy," we've been told that a hundred times before. The good things in life we accomplish are defined by where we enjoy the suffering, where we enjoy the struggle.
People want an amazing physique. But you don't end up with one unless you legitimately love the pain and physical stress that comes with living inside a gym for hour upon hour, unless you love calculating and calibrating the food you eat, planning your life out in tiny plate-sized portions.
People want to start their own business or become financially independent. But you don't end up a successful entrepreneur unless you find a way to love the risk, the uncertainty, the repeated failures, and working insane hours on something you have no idea whether will be successful or not. Some people are wired for that sort of pain, and those are the ones who succeed.
People want a boyfriend or girlfriend. But you don't end up attracting amazing peoplewithout loving the emotional turbulence that comes with weathering rejections, building the sexual tension that never gets released, and staring blankly at a phone that never rings. It's part of the game of love. You can't win if you don't play.
What determines your success is "What pain do you want to sustain?"
I wrote in an article last week that I've always loved the idea of being a surfer, yet I've never made consistent effort to surf regularly. Truth is: I don't enjoy the pain that comes with paddling until my arms go numb and having water shot up my nose repeatedly. It's not for me. The cost outweighs the benefit. And that's fine.
On the other hand, I am willing to live out of a suitcase for months on end, to stammer around in a foreign language for hours with people who speak no English to try and buy a cell phone, to get lost in new cities over and over and over again. Because that's the sort of pain and stress I enjoy sustaining. That's where my passion lies, not just in the pleasures, but in the stress and pain.
There's a lot of self development advice out there that says, "You've just got to want it enough!"
That's only partly true. Everybody wants something. And everybody wants something badly enough. They just aren't being honest with themselves about what they actually want that bad.
If you want the benefits of something in life, you have to also want the costs. If you want the six pack, you have to want the sweat, the soreness, the early mornings, and the hunger pangs. If you want the yacht, you have to also want the late nights, the risky business moves, and the possibility of pissing off a person or ten.
If you find yourself wanting something month after month, year after year, yet nothing happens and you never come any closer to it, then maybe what you actually want is a fantasy, an idealization, an image and a false promise. Maybe you don't actually want it at all.
So I ask you, "How are you willing to suffer?"
Because you have to choose something. You can't have a pain-free life. It can't all be roses and unicorns.
Choose how you are willing to suffer.
Because that's the hard question that matters. Pleasure is an easy question. And pretty much all of us have the same answer.
The more interesting question is the pain. What is the pain that you want to sustain?
Because that answer will actually get you somewhere. It's the question that can change your life. It's what makes me me and you you. It's what defines us and separates us and ultimately brings us together.
So what's it going to be?
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Um forte abraço a todos,
Beijomeliga.