quinta-feira, 27 de maio de 2010

Projeto H2A entrevista: Escola Naval

Meus queridos,

dando continuidade ao projeto "H2A Entrevista", hoje temos as respostas do pessoal formado na Escola Naval.

Agradeço muito aos que responderam, mais uma vez, por trocarem tempo de trabalho/lazer por um questionário de futuros candidatos. Muito obrigado, de coração, mais uma vez.

Beijomeliga!



Entrevistados: Danilo Guimarães e um oficial que preferiu não se identificar.

1. Qual a sua turma de formação e sua especialidade?

Danilo: Entrei na EN em 2005 (no final do 2º ano temos a opção de optar entre Fuzileiro Naval, Intendente (parte administrativa) ou Armada (embarcado)), me formei Guarda-Marinha em dezembro de 2008 e 2° Tenente em dezembro de 2009, Corpo da Armada Eletrônico.

Oficial_MB: Formação em 2008. Sou Fuzileiro Naval.


2. Onde trabalha atualmente (cidade)? Em que função?

Danilo: Embarcado no Rio de Janeiro/ Niterói. Ajudante da Divisão de Sistema de Armas e como sou recém embarcado tenho 2 encargos colaterais que são: Encarregado de Esportes (responsável pelos exames físicos dos militares de bordo, academia do navio e realização de educação física atualmente todo dia pela manhã) e Agente de Segurança de Aviação (manter o navio com as condições de operar com Helicóptero).

Oficial_MB: Trabalho no Rio de Janeiro e exerço a função de Comandante de Companhia.


3. Está satisfeito com seu trabalho? Acha que o seu aprendizado durante a formação está sendo realmente empregado na sua vida profissional?

Danilo: Existe muita coisa que a gente aprende durante a formação que nunca mais usa. Porém, a parte profissional é bastante utilizada quando o navio está saindo, acho que a formação poderia ser um pouco mais voltada para a parte profissional, pois chegamos nos navios sabendo muito pouco.

Oficial_MB: Estou satisfeito sim e o aprendizado da Escola Naval é uma grande base para o nosso dia a dia, e a experiência de lidar com situações adversas nós só ganhamos com o tempo.


4. Em uma escala de 0 a 10, onde 0 é “nada satisfeito” e 10 é “totalmente satisfeito”, como você classificaria a sua situação em relação ao seu salário?

Danilo: Atualmente 10, são poucos os que na idade em que estamos têm a oportunidade de receber um salário igual ao nosso, o grande problema na minha opinião está no plano de carreira , a maioria se aposenta como Capitão de Mar-e-Guerra e aí o salário fica meio defasado.

Oficial_MB: 8. Acho um salário bom, comparando com o resto da sociedade.


5. Você viaja muito a trabalho? Acha isso bom ou ruim?

Danilo: Não estou viajando muito não, devo ter ficado no máximo um e mês fora até hoje (20/05/10), porém, isso depende muito do navio que escolhemos ir. Existe navio que já foi duas vezes para o Haiti esse ano (período de 2 meses cada). Tenho pouco tempo de formado, e já deu pra perceber que navio bom é navio que está saindo, quando fica muito parado, é só burocracia. Com certeza viajar é bom, além de conhecer outros lugares ainda recebe um dinheiro a mais.

Oficial_MB: Tudo depende do lugar de onde o militar está servindo. Existe o lado bom, que é poder sair da parte administrativa e realizar na prática tudo o que se estudou, e o lado ruim as vezes é ficar longe de casa. Mas o lado bom com certeza se sobrepõe ao ruim.


6. Qual é a razão pela qual escolheram a sua escola de formação? Era sua primeira opção?

Danilo: Na verdade, entrei no curso para fazer IME, porque tinha um amigo meu que era de lá, só que queria ser piloto, não engenheiro. Aí acabei fechando um grupo com o pessoal que queria EN e descobri que depois de formado teria muitas opções de escolha, inclusive aeronaval, foi aí que tomei minha decisão e esse ano estou fazendo os exames para tentar alcançar meu objetivo.

Oficial_MB: A Escola Naval era a minha primeira opção. Na época não conhecia muito sobre a Marinha do Brasil, mas escolhi e dentro da Escola Naval optei por ser Fuzileiro Naval.


7. Você fez cursinho? Quantos anos?

Danilo: Fiz dois anos de curso, porém, se tiver uma boa base no 2º grau e se dedicar, um ano de curso é o suficiente para ser aprovado na EN. O importante é não desanimar se por acaso for reprovado no primeiro ano.

Oficial_MB: Fiz 1 ano.


8. Você costumava sair no ano do concurso? Como era sua vida social?

Danilo: Durante a semana os únicos amigos com quem eu falava eram os do curso, raramente fazia alguma coisa durante a semana, as vezes saía sábado e quando tinha micareta no Domingo eu ia (inclusive descobri que tinha sido aprovado na EN durante o Camaleão), tinha que dar uma relaxada. Mas isso vai de cada um.

Oficial_MB: Saía, mas com certeza muito menos do que no normal. Foi um ano de dedicação, mas vale a pena.


9. O que você não gostou dentro da sua escola de formação?

Danilo: Não é que não tenha gostado, mas é algo que não estava acostumado que era a hierarquia, não me sentia confortável quando tinha alguém mais antigo perto, mas com o tempo acostuma. Uma coisa que não gostei e não me acostumei é com serviço, quando entrei não sabia que existia isso.

Oficial_MB: Isso varia muito de pessoa pra pessoa. Eu levei os 4 anos de Escola bem tranqüilo. Se a pessoa está insatisfeita, qualquer besteira pode ser um sacrifício pra ela.


10. Como é a cobrança de treinamento físico durante o curso de formação? As provas físicas valem para a nota final?

Danilo: O treinamento físico é todo dia, ou você faz educação física ou então tem a opção de entrar para alguma equipe, como por exemplo: futebol, natação, atletismo, tiro e etc.. aí você treina com a equipe. Todos realizam prova (corrida 2500m, natação 200m, barra 10, abdominal e permanência 25 min) duas vezes por ano, nunca tive dificuldades. Essas notas têm uma porcentagem na nota final para classificação, não lembro direito, é algo entre 10% e 20%.

Oficial_MB: As provas físicas contam pra nota no final do ano. Com relação ao treinamento físico na Escola Naval é uma coisa normal, é muito difícil ver alguém que seja reprovado por isso.
Já dentro do Corpo de Fuzileiros Navais, a parte física é mais cobrada.


11. Muitos alunos ficam reprovados durante o curso? Lá dentro, pode repetir uma matéria ou o ano?

Danilo: Não são muitos os que ficam reprovados não, a maioria do pessoal que é reprovado vem do colégio naval, talvez pela base que agente ganha durante o curso agente acaba tendo facilidade. Pode repetir um ano, porém, se for reprovado em mais de três matérias é jubilado.

Oficial_MB: No primeiro e no segundo ano, que são os mais difíceis, existe um número considerável de reprovações, e lá se repete o ano e não só uma matéria.


12. Muitos alunos desistem durante o curso?

Danilo: Ultimamente tem saído um pouco mais de gente devido aos concursos públicos, devido ao salário. No caso da minha turma já saíram umas 10 pessoas e tem bastante gente estudando para sair. (Obs H2A.: A galera que tenta concurso público é, em geral, já formada)

Oficial_MB: A maioria que sai é no primeiro ano. Depois com o passar dos anos diminui bastante.


13. Durante a formação na EN, você estudou mais ou menos do que para passar no concurso?

Danilo: Estudei muito menos, na verdade só estudava na véspera, não ligava muito para colocação na turma, mas aconselho a estudar um pouco mais do que eu, porque quanto mais antigo, mais oportunidades vocês vão ter. Como, por exemplo, ir para o exterior até mesmo no 4º ano como aspirante.

Oficial_MB: Lá se estuda bastante, mas foi menos do que estudei pra passar pra EN.


14. Os testes de saúde (de visão, ortopédico, etc.) antes de entrar pra EN e depois quando estiver lá são muito rigorosos?

Danilo: O de visão não tem problema nenhum, o ortopédico é que tem algumas restrições, mas é tranqüilo, lá dentro os exames são bem mais tranqüilos não tem mais visão e nem ortopédico, a não ser que você queira fazer aviação ou outro curso a tem exames mais rigorosos do que para entrar na EN.

Oficial_MB: Nada além do normal.


15. Como é a carreira do oficial formado na EN?

Danilo: Faz a viagem como Guarda-Marinha e no final escolhe se quer ficar no RJ ou ir para outro estado, conforme as vagas (a escolha é feita de acordo com a classificação na turma). Depois que escolher o estado, você escolhe o navio. Existe um documento que diz mais ou menos quais comissões os navios vão fazer, você chega 2° Tenente e cada um vai para sua escolha, os que escolhem outro estado têm 20 dias pra se apresentar e ganham um dinheiro para as despesas. Depois de 2 anos e meio todos se reúnem mais uma vez para fazer o aperfeiçoamento (pode ser aviação, submarino, mergulhador de combate, engenheiro ou superfície). Já como 1º Tenente que dura 1 ano, após isso escolhem novamente para onde vão, os primeiros colocados nesses cursos fazem outra viagem de ouro como Capitão-Tenente e por aí vai até chegar a Capitão de Mar-e-Guerra.

Oficial_MB: Forma-se Guarda-Marinha, depois Segundo-Tenente, Primeiro-Tenente, Capitão-Tenente, Capitão–de–Corveta, Capitão-de-Fragata, Capitão-de-Mar-e-Guerra e alguns são promovidos a Almirante.


16. Quem vai pra EN, mas tem maior interesse pela área de engenharia, há caminhos que podem ser seguidos?

Danilo: Tem. A opção é fazer uma prova, acho que no segundo ano de 2º Tenente para quem quiser fazer engenharia. Se passar, fica três anos recebendo como oficial, porém, fica fazendo faculdade para se formar engenheiro.

Oficial_MB: Existe uma possibilidade de entrar no corpo de Engenheiros Navais como Primeiro-Tenente, por meio de prova.


17. O que você achou da Viagem de Ouro?

Danilo: A viagem é uma coisa surreal, você está ali pra aproveitar, lógico que quando o navio está no mar, você tem aula. Mas quando chega no porto é muito bom, você tem dinheiro pra fazer o que quiser, conhece vários paises e culturas diferentes. Você volta da viagem uma pessoa chata, passa um filme e tem uma cena de um lugar que você já foi, no outro a mesma coisa e você comenta, aí chega uma hora que as pessoas viram pra você e falam: "Já sei! Você já foi lá também!" rs.
Você volta com uma visão diferente sobre tudo, o mais importante não deixe de aproveitar um minuto, porque nunca mais vai ter uma coisa igual na sua vida, por mais que faça outra não vai ser com 160 amigos e você vai ter muita responsabilidade.

Oficial_MB: É uma experiência que com certeza todos que fizeram vão levar para toda a vida. Você conhece muitos países e ainda com todos os seus amigos.


18. Quais atributos você considera mais importante na sua aprovação no concurso?

Danilo: O principal sem duvida é a determinação e a força de vontade, não importa se você é inteligente ou não se estiver disposto a estudar com certeza vai passar, pode ser que não passe de primeira mais vai alcançar seu objetivo.

Oficial_MB: Dedicação e estudar tudo que o curso está te oferecendo, porque os professores tem experiência nesse assunto.


19. Se pudesse resumir o seu ano de esforço para passar no concurso em uma frase, que frase seria?

Danilo: Vou resumir em uma palavra: abnegação. Tive que abdicar de muita coisa durante meus 2 anos de estudo, não me arrependo de nada.

Oficial_MB: O esforço vale a pena.


20. Mensagem final aos futuros aspirantes.

Danilo: Qualquer dúvida sobre a Marinha, carreira ou curso, podem me enviar um e-mail (danilo_en@hotmail.com) que respondo com prazer.

Oficial_MB: Galera com certeza esse ano de esforço vai valer a pena. Procurem saber mais sobre as instituições que estão prestando concurso para fazerem a escolha certa. Depois, é só se dedicar que a recompensa é pra vida toda.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Projeto H2A entrevista: EFOMM

Meus queridos,

hoje nós apresentamos um projeto legal, de entrevistas a pessoas formadas nas principais instituições que vocês almejam. Esta idéia surgiu pelo fato de haver muitas dúvidas em relação a futuro, como é a vida de um cara formado em tal lugar, oq ele faz, qual é o salário, etc.. Como só posso falar do IME, surgiu a idéia de entrevistar pessoas que possam responder sobre as outras instituições. A lista de perguntas é composta de perguntas que eu sempre ouço, e por isso repassei, e de perguntas enviadas por vocês. Espero que o projeto 'H2A entrevista' ajude a tirar suas dúvidas e dar uma luz sobre que carreira escolher.

Desde já, agradeço aos três entrevistados, que trocaram seu tempo livre por um questionário para iluminar as idéias dos candidatos. Muito obrigado, de coração!

Começamos com a EFOMM.
Beijomeliga.



Entrevistados: Nathalia Canoza, Bruno Nobre e Ana Clara Pinto.

1. Qual a sua turma de formação e sua especialidade?

Nathalia: Bom, eu me formei pela EFOMM – Escola de Formacao de Oficias da Marinha Mercante – CIAGA/RJ. Ingressei no ano de 2005 e terminei o curso em 2007. Sou 2° oficial de náutica.

Bruno: Sou da Turma Daniel Lauriano de Lima – 2005 / 2007.

Ana Clara: Formação em 2008 e especialização em Máquinas.


2. Onde trabalha atualmente (local e empresa)? Em que função?

Nathalia: Atualmente, trabalho na empresa Norskan Offshore. Empresa norueguesa que atua no setor offshore no Brasil. Como já disse anteriormente, sou 2° oficial de náutica.

Bruno: Trabalho para uma empresa norueguesa chamada Norskan Offshore, na embarcação nomeada de AHTS Skandi Fluminense, e desempenho atualmente a função de Oficial de Máquinas do barco.

Ana Clara: Trabalho na Maersk Supply Service, no apoio marítimo às plataformas de petróleo em diversas regiões, como Campos, Vitória, Santos etc. Desempenho a função de Segundo Oficial de Máquinas, o primeiro “cargo” do maquinista formado na EFOMM.


3. Está satisfeito com seu trabalho? Acha que o seu aprendizado durante a formação está sendo realmente empregado na sua vida profissional?

Nathalia: A vida a bordo não é a mais facil. Passamos mutio tempo longe de casa, da família, amigos, etc. Porém, tudo na vida exige sua cota de sacrifício, então estou aqui. O tipo de embarcação que trabalho agora, por exemplo, por ser pequena, há um pouco de desconforto quanto ao balanço. Às vezes, existe um pouco de preconceito com as mulheres que trabalham nessa area já que este era, antigamente, um local PREDOMINANTEMENTE masculino (os mais velhos diziam que mulher a bordo traz azar...). Mas de resto, dá para tirar de letra. O aprendizado na escola nos dá uma base para a vida a bordo. Mas, de fato, há coisas que só aprendi quando subi em um navio. Não existem muitas oportunidades de embarque quando você ainda é aluno. Então, saímos da escola achando uma coisa e quando chegamos aqui é outra. Por isso, o estágio embarcado, que deverá ser realizado após o término do curso na EFOMM, é de um ano para oficiais de náutica e 6 meses para oficiais de máquinas. É tempo suficiente para você viver situações inesperadas, diferentes e se acostumar com a sua realidade para os proximos anos.

Bruno: Todo conhecimento é fundamental e não o bastante, o conhecimento adquirido na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante serviu de base para desempenhar o meu papel na prática, assim como a escola faz o aluno, o aluno também faz Escola. E acredito que o papel que a EFOMM vem desempenhando pode ser considerado mais do que adequado.

Ana Clara: Estou muito satisfeita. Os anos que passei na EFOMM me ajudaram a formar uma idéia geral da profissão, mas o fato é que se aprende mesmo quando iniciamos a parte prática a bordo.


4. Em uma escala de 0 a 10, onde 0 é “nada satisfeito” e 10 é “totalmente satisfeito”, como você classificaria a sua situação em relação ao seu salário?

Nathalia: Eu considero 10! Mas, obviamente, não vou parar por aqui. Eu, como só tenho 1 ano no mercado de trabalho, considero meu salario muito bom. Comparando com amigos meus que seguiram outras carreiras, já conquistei muita coisa, que para eles ainda vai demorar um pouco. Para vocês terem noção: os salários atuais para 2ON vao de R$ 7.000,00 a R$ 9.000,00 dependendo da empresa. O setor offshore, incluindo embarcações de apoio marítimo, plataformas, etc, está bem aquecido devido à ascenção do Brasil na produção de petróleo e gás. As empresas estão fabricando novos barcos, trazendo mais barcos para o Brasil, muitas plataformas ainda serão posicionadas nos campos do pré-sal. Portanto, com o mercado aquecido deste jeito, por enquanto, haverá vagas sobrando neste setor. E, como não há gente suficiente no mercado para preencher tais vagas, as empresas atraem pelo salário.

Bruno: Todo salário está diretamente atrelado a sua responsabilidade e seu profissionalismo, o salário inicial de marinha mercante atualmente recebe por volta de R$ 6000,00 líquido a R$ 9000,00 líquido (dependendo sempre da empresa, tipo da embarcação e regime de embarque). A média da minha turma atualmente recebe por volta R$ 7000,00 líquido. Acredito eu que é um salário satisfatório, sendo assim, dou nota 8 pela única razão de que estar satisfeito gera um sentimento de comodidade, e estagnar não é uma boa opção na Marinha Mercante.

Ana Clara: A verdade é que dificilmente estamos 100% satisfeitos com o que ganhamos, mas não tenho do que me queixar, ainda mais levando em consideração que me formei tem pouquíssimo tempo. Acho que seria 9.
Sei que a questão salarial é algo que desperta um grande interesse na minha profissão, então, vou dar só uma idéia: em média, na área que trabalho, de apoio marítimo (pequenas embarcações, regime 28x28) o salário gira em torno de R$8.500,00 mais benefícios. Já em plataforma (regime 14x14), o salário é um pouco maior. Por outro lado, quando vemos a navegação, navios tanque (gás, químico, petróleo e derivados), conteneiros, navios de granel etc os salários são em sua maioria menores e dependem muito de empresa pra empresa. As escalas das empresas de navegação também são mais compridas, e também variam com a empresa e tipo de carga. 4 meses mar x 2 meses terra, 2x2, 3x1 etc.


5. Você viaja muito a trabalho? Acha isso bom ou ruim?

Nathalia: Só viajo né? Acho bom. É uma experiencia que levarei para sempre. Muitas lembranças e situações inusitadas.

Bruno: Eu pratiquei em outra empresa norueguesa chamada BW Offshore ( praticagem é o período de formação do Oficial ), nesse período eu passei 6 meses pela Ásia, África e Europa, então, tive o prazer de conhecer países como Singapura, Arábia, Espanha, Escócia, Dinamarca e Noruega. Hoje passo 28 dias embarcados no na nossa Bacia de Campos e não tenho mais o prazer de visitar países, porem continuo com o prazer de fazer o que gosto. Ser marítimo é trabalhar muito, sim. Porém é viver uma atípica e extremamente prazerosa. Amo o que faço.

Ana Clara: Como eu disse, trabalho no apoio marítimo, então meu barco não faz navegação longa, parando muito em portos variados. A verdade é que fico 28 dias diretos no mar, sem terra.


6. Qual é a razão pela qual escolheram a sua escola de formação? Era sua primeira opção?

Nathalia: Não, a EFOMM nunca foi minha primeira opção. Caí de para-quedas lá. No ano que fiz os exames, pude escolher somente entre a Escola dos Bombeiros do RJ e a EFOMM. Fui para a EFOMM porque não queria Bombeiros.

Bruno: Minha primeira opção era ITA, acabei passando para EFOMM, UFRJ, UFF E UERJ, e escolhi a EFOMM por ter conhecidos já na profissão. Graças a Deus hoje vejo que fiz a escolha certa.

Ana Clara: Não era minha primeira opção. Fiz 2 anos de curso IME/ITA e passei no concurso da EFOMM nos 2 anos. Provavelmente, se eu tivesse passado no IME ou ITA, eu teria ido, mas hoje não me arrependo da “escolha” que fiz. Sou zero recalque! Abracei minha profissão e a Marinha Mercante e sou muito grata por ter escolhido este caminho.


7. Você costumava sair no ano do concurso? Como era sua vida social?

Nathalia: Sair??? Lembro das únicas 3 coisas que fiz naquele ano de concursos: Eu fui em um show, aniversário de uma amiga e depois, fui comemorar meu aniversário, que por sinal é no final do ano!!!

Bruno: É complicado sair em ano de concurso, não pelo tempo em que se esta fora de casa ou do curso, mas sim por perder o foco no concurso. Minha vida social no ano do concurso era praticamente nula. O foco no concurso é fundamental. Acredite, existe vida após a prova.

Ana Clara: Minha vida social era péssima, mergulhei de cabeça na turma IME/ITA. No fim das contas, acaba valendo a pena você perder sábados de sol fazendo simulados. Fiz o terceiro ano do ensino médio já no curso, e até a festa de formatura da minha turma eu perdi, pois tinha simulado no dia seguinte.


8. O que você não gostou dentro da sua Escola de formação?

Nathalia: Puxa, não gostava muito da parte militar. rsrs. Isso, às vezes, nos atrapalha um pouco por lá. Muita burocracia para tudo! Mas, o resto, sinto muitas saudades!

Bruno: O regime de semi-internato no inicio me causou um certo desconforto, acredito que não é para todos.

Ana Clara: Nós costumamos reclamar de tudo quando somos alunos, do internato, dos oficiais, de passar a farda, de marchar etc. A EFOMM possui esse certo militarismo que incomoda ao longo dos 3 anos, visto que nos formaremos civis e não militares.


9. Como é a cobrança de treinamento físico durante o curso de formação? As provas físicas valem para a nota final?

Nathalia: Sim, as provas físicas valem para sua média final. Temos que fazer o TAF (teste de aptidao fisica) 2 vezes por ano. E lá na EFOMM é possivel escolher qual esporte você vai praticar entre: natação, judô, vôlei, basquete, futebol, handebol, vela, remo e atletismo.

Bruno: O treinamento físico durante o curso não é tão árduo, na verdade, você participando de uma equipe de um esporte que você goste, acaba tornando melhor o treinamento. As provas físicas valem nota, são consideradas uma matéria como outra qualquer, podendo reprovar.

Ana Clara: Sinceramente, acredito que em algumas outras Escolas este esquema seja mais rígido. Existe o teste físico semestral, que inclui corrida, natação e permanência na água, mas não é preciso ser nenhum atleta pra cumprir as metas pré-estabelecidas. Fora isto, depende da equipe que você faz parte. Recebemos notas de equipe e também por este teste.


10. Muitos alunos ficam reprovados durante o curso? Lá dentro, pode repetir uma matéria ou o ano?

Nathalia: Muitos alunos ficaram reprovados sim. Hoje em dia, não pode repetir mais. Quando entrei, ainda existia o sistema que se você repetisse, poderia voltar no próximo ano, mas agora não mais. Repetiu, está fora. Vi muitas pessoas passando "perrengue" em inglês técnico, por exemplo.

Bruno: Na EFOMM hoje, não se pode mais repetir mais nenhuma matéria, porem existem outros meios de você se reerguer. Meus calouros não tiveram tantos reprovados, tiveram desistentes infelizmente.

Ana Clara: Há algum tempo, era possível reprovar um período e voltar na próxima turma, mas atualmente isto não mais é possível. Confesso que isto muda bastante e não saberia informar ao certo como andam as coisas por lá, mas quando me formei você poderia fazer a prova final, recuperação e só então, caso não lograsse êxito, o jubilamento seria formalizado. Mas pra ser sincera, só reprova quem se esforçar muito para tal.


11. Muitos alunos desistem durante o curso?

Nathalia: Há mais desistência durante o período de adaptação. Um mês antes da escola começar as aulas, os futuros "feras" (ainda candiatos-alunos) ficam na EFOMM para aprenderem ordem unida, entre outras coisas.

Bruno: Sim, normalmente os desistentes aparecem no inicio do ano, pois são chamados para outros concursos, não se adaptam a vida na escola, gravidez, por N motivos.

Ana Clara: Poucos. A maioria na adaptação. No meu primeiro ano, ainda existia repetência, então tivemos algumas “baixas” por conta disto, mas no geral, poderia chutar que gira em torno de 5% de desistências.


12. É difícil conseguir trabalho em terra, ou de 15 em 15 dias? Qual é a escala que normalmente os recém-formados conseguem?

Nathalia: Olha, como eu já disse, o mercado está bem aquecido. Não estamos encontrando dificuldades para trabalhar no sistema de 28 x 28, ou 14 x 14.
Existe de tudo. Há empresas que possuem o sistema de 3 meses x 45 dias em casa, existem as que trabalham com 2 meses a bordo e 2 meses em casa, e por aí vai. Já o trabalho em terra é um pouco mais complicado, principalmente para os que têm a especialidade de náutica, como eu. Para os maquinistas é mais fácil mas, em início de carreira, é bem dificil. Não disse impossível, disse difícil.

Bruno: Trabalho em terra hoje em dia já é mais fácil de encontrar, mas não para oficiais recém formados, esses trabalhos são oferecidos para profissionais com mais experiência para trabalhar no apoio marítimo. O trabalho de 15 por 15 na verdade é para regime de plataformas, não é difícil, graças a Deus estamos vivendo o ápice do offshore, onde os empregos estão sendo multiplicados e os profissionais oriundos da EFOMM estão cada vez mais disputados pelas empresas.

Ana Clara: Se a idéia é trabalhar em terra, desista da EFOMM. Obviamente existem oportunidades, mas não é pra isto que formamos Oficiais. É para o mar, não para terra. Escala 14x14 não é muito difícil de encontrar, que seriam as plataformas e unidades do tipo. O mercado está favorável para nós, então poderia até afirmar que, caso desejasse, poderia trabalhar em qualquer escala, pois as propostas não param de chegar de todos os lados.


13. Acidentes em navios são muito comuns?

Nathalia: Não deveriam ser, mas são. A bordo é bem fácil se acidentar. Seja uma simples queda ou algo mais complicado. Por isso, a política de segurança da empresa deve ser seguida à risca. Segurança em primeiro lugar.

Bruno: Comuns não são, cada barco é uma Marinha, tudo depende da administração, acidentes são oriundos da falta da analise de percepção de risco, com um treinamento bem ministrados ao profissionais, o numero de acidentes são reduzidos consideravelmente.

Ana Clara: Olha, a bordo, o ambiente é “propício” a acidentes, por isto, absolutamente todas as empresas tem o foco 100% voltado para a segurança, com normas e regras a serem sempre seguidas. A incidência de acidentes fatais é pouquíssima, assim como em qualquer emprego em terra, eu diria. Acidentes menores costumam ser mais freqüentes, mas geralmente é pela inobservância de alguma regra ou procedimento.


14. Como é a situação dos formados: são militares da reserva? Possuem algum benefício dos militares da ativa?

Nathalia: Somos militares da reserva. 2° tenente da reserva não-remunerada.

Bruno: O Aluno da EFOMM se forma como Segundo Tenente da Reserva Não-Remunerada, sem adquirir nenhum beneficio dos militares da ativa.

Ana Clara: Nos formamos Segundo Tenente RM2, o que significa que somos da reserva não remunerada. Não gozamos de nenhum benefício militar, somente a carteira de identidade mesmo.


15. Na EFOMM pode ficar em vários grêmios (atletismo, tênis, natação, etc.) ou tem um limite de escolha? Eles realmente recebem para participar de competições?

Nathalia: Geralmente, escolhemos uma equipe só. Existem competições estaduais que algumas equipes participam e outras competições internas, com a outra escola de MM, CIABA, por exemplo. Quantos aos grêmios, existe o grêmio de música, de pintura, coral, existe a SAMM (Sociedade Acadêmica da Marinha Mercante) comandanda pelo 3° ano e responsável.

Bruno: Na verdade, o treinamento das Equipes são ao mesmo tempo, então fica difícil conciliar os vários grêmios , porem é lógico que existem pessoas que apresentam uma certa facilidade pra tal equipe de decide participar de outra, sendo assim, tendo um acordo com o treinador, ele pode sim participar da equipe sem estar presente em todos os treinos.

Ana Clara: Temos diferença entre grêmios e equipes de esporte. As únicas equipes que compõem um grêmio são o remo e a vela. De resto, são somente equipes mesmo, e como em todas as outras Escolas de formação você pode participar de uma, ou duas, dependendo do seu tempo, aptidão e vaga, normal mesmo. O normal é cada um participar de uma equipe, pois o tempo é bem limitado para ser dividido, mas limite de escolha não existe.
Infelizmente, não sei como está agora, não são muitas as competições ao longo do ano. Existem duas grandes competições fixas, contra o Colégio Naval e contra a Escola de Belém (CIABA). A verdade é que não recebemos para competir, mas sim no caso de viajarmos a “serviço” do Centro, para fora de sede (fora do Rio) nós recebemos uma pequena diária, bem pequena mesmo.
Porém, no remo e na vela, temos competições todo mês. Não remuneradas, por serem todas (ou quase) no Rio de Janeiro.


16. O que você falaria sobre casamento? Sempre ouvimos que o povo da Marinha Mercante viaja muito, e isso pode prejudicar a formação de uma família. O que vc pensa a respeito?

Nathalia: Atualmente, muitos casais já se formam lá na EFOMM. E seguem carreiras juntos. Já há empresas que permitem o embarque junto. Uma pessoa que trabalhe no mesmo ramo que o seu vai entender melhor o tempo que voce ficará longe. O problema é conseguir conciliar o embarque.

Ana Clara: Olha casamento é um tema polêmico. Mais ainda é o tema maternidade.
Eu e meu noivo somos ambos da Escola e vamos muito bem obrigada. As empresas atualmente se esforçam para bater as escalas. Quanto a casais em que um é marítimo e outro não, depende mais da maturidade do que está em terra, mas existem diversos casais que dão certo.
Já na maternidade estamos lutando muito por direitos, ainda é uma certa novidade mulher a bordo e não temos uma legislação específica para isso.
Temos cada dia mais mulheres a bordo e na Escola e logo as empresas estarão mais preparadas para nos receber.


17. Quais atributos você considera mais importante na sua aprovação no concurso?

Nathalia: Além de estudar, claro, tive muito pensamento positivo. Considero isso muito importante. Chegar no dia da prova com vontade de vencer. Seja qualquer concurso. Mesmo aquele que voce não queira.

Bruno: Confiança, calma e força de vontade.

Ana Clara: Inglês, inglês e inglês. De longe é a matéria mais pesada no concurso (apesar de ter mudado muito desde meu ano), uma das matérias mais cobradas durante o curso e fator decisivo para conquista de bons empregos.


18. Se pudesse resumir o seu ano de esforço para passar no concurso em uma frase, que frase seria?

Nathalia: Apesar do ano de sacrifício, valeu a pena. Consegui fazer amigos no meio de tudo isso. E na hora que der aquela vontade de desistir, pense que seu esforco NUNCA será em vão.
Na minha época, ouvi falarem muito mal da EFOMM. Mas lá, apesar de estarmos subordinados à Marinha do Brasil, estamos nos preparando para uma outra realidade que não é a carreira militar. Isso que voces precisam colocar na cabeãa. MM é uma coisa, MB é outra.

Bruno: Eu quero... eu posso...

Ana Clara: “um dia essa m... acaba!” Me repetia isso várias vezes ao dia, e hoje vejo que todo esforço é recompensado. Mesmo não tendo conseguido exatamente o que queria de início, todo o conhecimento adquirido serviu de background durante todos os estágios de minha formação.


19. Deixe uma mensagem aos futuros feras.

Nathalia: Boa sorte a todos! E, se quiserem, a Marinha Mercante está de braços abertos esperando por voces!

Bruno: Complementando sobre a resposta sobre a vida social no ano de concurso. Posso ser sincero? Eu não indico ter uma... rs...Você pode passar anos tendo vida social e fazendo curso ou fazer curso apenas um ano e não ter vida social apenas naquele ano. Eu decidi sofrer um ano só e não me arrependo. Quando você olha para o seu nome na lista de aprovados, toda noite em casa, todos os dias no curso são esquecidos, melhor, esquecidos não, são recompensados. Acredito que nada é melhor que o gosto da vitoria. Todos vão apoiar caso você não passe, mas a vida é sua, então dê importância a ela. Um ano que muda totalmente sua vida não poderia ser fácil, certo? Desde já parabenizo a você, pois se você está com um objetivo e corre atrás dele, você já se tornou um vitorioso. Parabéns e obrigado pelo convite, caso precisem, estarei disposto a responder qualquer tipo de perguntas sobre a minha formação e minha profissão. Abraços. Bruno Nobre!

Ana Clara: Gostaria só de mais umas palavras para tentar explicar como funciona a formação na EFOMM:

De início, temos a adaptação, que varia entre 2 e 3 semanas de militarismo “pesado” e fake. Nada mais que um teatrinho, eu diria. No primeiro ano, temos as matérias necessárias para obtermos nosso diploma de Ensino Superior, como cálculo, física, etc (a turma ime/ita faz com que isto pareça brincadeira de criança).

Ao fim do primeiro ano optamos pela especialidade: Máquinas ou Náutica.

O Oficial de Náutica trata da navegação, segurança, e toda papelada de bordo.
O Oficial de Máquinas, o melhor (rs), cuida da manutenção e operação de todos os equipamentos de propulsão e geração de energia (e vários outros que caberia umas 10 publicações como a bíblia pra explicar rs).

Os 2 anos seguintes são de especialização, onde vemos matérias específicas e voltadas para nossa área. Ao fim dos 3 anos, os pilotos (oficiais de náutica) iniciam o estágio embarcado (praticagem) por 12 meses, enquanto os maquinistas de 6 meses, para então podermos começar a exercer nossa profissão como Oficiais da Marinha Mercante.

Enfim, é difícil falar tudo, mas me coloco à disposição para maiores esclarecimentos no email clararemo@gmail.com.

Gostaria de agradecer pela oportunidade de falar da minha profissão, e para os mais interessados o www.blogmercante.com é um portal que sempre está mostrando como andam as coisas no meio marítimo, inclusive tirando dúvidas referentes ao concurso de 2011.

Bons ventos e mares tranqüilos,
2OM Ana Clara Pinto.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A lição do bambu chinês

Meus queridos,

este texto está no blog da Stephany (minha aluna), e o Vítor (também aluno) imprimiu (muito bem, parabéns... hahaha) e me mostrou essa semana.

"Depois de plantada, a semente deste incrível arbusto, não se vê nada por aproximadamente 5 anos, exceto um lento desabrochar de um diminuto broto a partir do bulbo.

Durante 5 anos, todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu, mas... uma maciça e fibrosa estrutura de raiz que, se estende vertical e horizontalmente pela terra, está sendo construída. Então, no final do 5º ano, o bambu chinês cresce até atingir a altura de 25 metros.

Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês.

Você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento e, às vezes, não vê nada por semanas, meses ou anos. Mas se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu 5º ano chegará e com ele virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava.

O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos e de nossos sonhos... Em nossa vida, marcada por mudanças de comportamento, de pensamento, de cultura e de sensibilização, devemos sempre lembrar do bambu chinês para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão.

É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão."


Trazendo pra realidade de um aluno de turma IME/ITA, o período do curso é mais ou menos assim tb. O cara rala pra kct no início, mas só toma porrada nos simulados. Pega as questões de prova e não sabe fazer quase nada. Aí bate um desespero do tipo: já estamos no meio do ano e eu não sei nada ainda.

Normal, todos pensam isso. Relaxa. A segunda parte do curso, quando chegamos perto dos concursos e começamos a resolver as provas antigas, as coisas ficam mais claras. Primeiro vc precisa terminar a matéria toda, achar q não entendia nada, pra aí sim começar a mexer nas provas.

Muitas vezes, alunos vêm me perguntar sobre fazer provas antigas. Isso é essencial! Mas tudo tem seu tempo. Não é pra começar a mexer em provas antigas antes de junho. Cada coisa na sua hora certa. Agora, a hora é de continuar batalhando, criando as raízes, para depois botar a cabeça pra fora da terra, q nem o bambu chinês. Não esquente de tomar porrada e parecer q vc não sabe nada. É assim mesmo. Só não pode desistir, vc precisa continuar na luta.

Nunca se esqueça que vc não está sozinho. Estamos juntos nessa guerra.

A aprovação é logo ali.
Beijomeliga.

OBS.: Entrevistas no ar a partir da semana que vem.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O aluno IME/ITA

Meus queridos,

recebi esse texto por e-mail, faz um tempinho... achei legal.


O aluno de turma IME/ITA
01. Não dorme, cochila.
02. Não come, lancha.
03. Não aprende, assimila.
04. Não assiste aula de física, se encanta.
05. Não conta, matematiza.
06. Não tem olhos, máquinas fotográficas.
07. Não tem braços, alavancas.
08. Não respira, empurra o ar por diferença de pressão.
09. Não se alimenta, metaboliza.
10. Não toma banho, reduz eletrólitos e salinidade.
11. Não é normal, oblíquo.
12. Não vai a sala de aula, vai ao templo.
13. Não fala provérbios, exalta axiomas.
14. Não devaneia, pensa.
15. Não tem professores, tem titãs.
16. Não fica parado, fica em estado de inércia.
17. Não aponta, plota vetores.
18. Não é humano, é maquina térmica.
19. Não é abusado, fica “profundamente envergonhado”.
20. Não vai a faculdade pública, tira férias.
21. Não assopra, produz expansão adiabática.
22. Não passa no vestibular, esmaga a concorrência.
23. Não é aprovado, realiza seu sonho.


Que todos vocês que se sentiram identificados com essas características continuem na luta. A recompensa vale muito a pena.

A aprovação é logo ali.

Beijomeliga!

sábado, 1 de maio de 2010

Festa a fantasia

Meus queridos,

no início do ano, prometi que tocaria em assuntos engraçados também. Hoje temos um fato especial. Eu e o querido professor Soncim fomos a uma festa a fantasia, de comemoração de aniversário de uma amiga minha. No meu orkut existem outras fotos.



Beijomeliga!